Trabalhávamos juntos, nós três. Eu, ele e ela. Éramos muito amigos. Sexta-feira era o dia sagrado do happy hour, outras pessoas variavam, mas nós três estávamos sempre lá. Depois de algumas cervejas, às vezes uma tequila ("para puxar angústia") muitos desabafos. Era um tempo intenso aquele, queríamos tanto, sabíamos pouco ... Dividíamos dúvidas, angústias, erros (muitos!), acertos (poucos!) e ríamos. Ele era o mais pragmático, sempre repetia que tudo aquilo era culpa da bossa nova e do cinema americano. Tudo aquilo em questão era o que queríamos e não tínhamos: amores intensos, finais felizes, relações inteiras, empregos dos sonhos, realização profissional, essas coisas que queremos com 20 e poucos anos. Eu defendia a bossa nova, como que o 'barquinho vai, a tardinha cai' poderia ter culpa???? ... e nós ali defendendo o cinema americano... e a bossa nova e ... as possibilidades ... eram tantas e ainda são ... ainda bem!!!
"podem ficar com a realidade
esse baixo astral
em que tudo entra pelo cano
eu quero viver de verdade
eu fico com o cinema americano"
Leminski
3 comentários:
É bonito ser possível.
E pode trazer o que quiser, Clarice.
Um beijo.
20 e poucos, com seus amores e suas angustias, encontros e desencontros, o mundo nas pontas dos dedos.
Ler suas palavras hoje em especial me deixou muito melhor, vinte e poucos é tudo louco. rsrs
bjo
Jaya, que bom que vc veio me visitar, seja bem vinda! bjs
Noh, minha flor de vinte e poucos, vc não imagina como é bom saber que minhas palavras te fizeram bem!
beijos
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