quarta-feira, 30 de maio de 2012

A relatividade da vida, do excesso e do que faz muita falta.

Ela olhou encantada pra tela do seu computador. Sorriu.
- O que foi?
- Recebi um email que me deixou feliz.
- E o estava escrito?
- Nada.
- E porque você está sorrindo feito uma boba?
- Por tudo.

terça-feira, 29 de maio de 2012

Tinta Invisível

Escrever sem palavras é uma arte que poucas pessoas dominam. Entender que linhas em branco dizem muitas mais que mil palavras é para privilegiados. Transbordar pela ponta dos dedos sentimentos e ainda assim silenciar é ato de amor.

domingo, 27 de maio de 2012

O tempo se conta como?

O tempo se conta como? Mississipis? Dias? Meses? Anos? Séculos? Vidas? Já não sei. Tenho a nítida impressão que nos últimos dias (ou será que foram anos?) o tempo parou. Ou mudou. Passei a contar pelo número de palavras não ditas e guardadas para dizer depois. Ou pelo número de vezes que acessei faminta suas palavras. Já nem sei que dia é hoje. Nem sei se quero saber. O dia de hoje não me interessa, vivo no amanhã. Tenho um cofrinho onde deposito, como moedas de ouro, as palavras que vou dizer. É um cofre alado. Adoro o Icloud, acho lindo guardar segredos nas nuvens. Adoro ter poesia. Até em tecnologia há poesia. Não há? Meu cofre? Nas nuvens. Eu? Por ai, contando o tempo. Faminta que ando.


Basta apagar a luz, na hora de dormir, e imediatamente dois vagalumes aparecem no meu quarto, um par, dois seres alados, verde-vagalume que é verde especifico, feito olhos que me observam, olhos que sei que estão abertos, mesmo àquela hora, mesmo a qualquer hora. Eu? Por aqui, contando o tempo. Faminta que ando.

E choveu. Fingi que não vi, aliás, tenho chovido tanto, por todos os lugares que ando, faminta, contanto o tempo, chovo.

Então, o tempo? Não se conta. Eu? Faminta que ando.

domingo, 6 de maio de 2012

Se eu fosse esperta.

Escrevi mil palavras imaginárias, ou imaginei mil palavras escritas. Mas mesmo assim, não consegui explicar. Depois de tanto tempo, se eu fosse realmente esperta, como você acha que sou, eu já teria parado de tentar, explicar é perder tempo. E tempo, não temos. Se a Sapucaí é grande, a vida, não é. E o tempo urge. Feito areia escorrendo. Feito folhinha rabiscada, feito estação passando, do calor ao frio, flores, folhas, do calor ao frio, flores e folhas e assim, até o fim. Não o nosso. O nosso é só o começo, porque nunca deixou de ser. Mudou, lógico. Mas é o começo, contrariando a ordem: muda-se, porque passa. O tempo passa, mas não muda. Ainda somos os mesmos. Os mesmos dos olhos, das mãos, do vestido branco, do cachecol azul ou verde, nunca sei. Ainda somos os mesmo, da chuva, dos vagalumes, das folhas, do bosque. Do coração que canta. E quando você canta, eu, coração, inteira. Os mesmos que almas falam, almas veem, almas. E corpo, um só. Almas. Corpo. Se eu fosse esperta, como eu acho que sou. Não estaria aqui. Desse lado. Estaria ai. Dentro.