sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

As explicações que não foram pedidas e que não serão dadas.

Além do que digo em meio às águas, existem as palavras que respiro, que engulo, que sussuro. Nem sempre falo o que sinto, nem sinto o que falo. Sou incoerente quando estou triste e quando sinto dor perco a lucidez. Aliás, a lucidez é um conceito que sempre me escapa. Acho que só estou lúcida quando imersa em águas que desaguam rumo ao (a) mar. Pingo a pingo, desagua ...

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Ou.

Ela queria achar um sentido nisso tudo, um fiapo de sentido já servia. Por mais que procurasse, não adiantava, nada fazia sentido nessa vida de coisas sem sentido, num mundo sem sentido. Mas, o que fazer, se no mundo sem sentido, na vida sem sentido, ela só fazia sentir??? Sentir de forma intensa, dolorida, visceral, como se ela fosse só um coração, sem corpo, ou um corpo só com coração. Não havia espaços vazios, ou, era feita de vazios. Extremos. Água ou fogo, vida ou morte, amor ou amor. Ela leu esses dias, tão bonito, lembra que sorriu ao ler .. que mesmo o amor que parece ódio, ainda é amor, mas que adoeceu gravemente. Ela adoecia gravemente, se sentia doente, sentia a vida deixa-la, ou era a morte? Extremos, lembrou. Ela queria ser, mas só fazia sentir e sentir não é ser, é só uma parte. E há tanto mais. Não, não há nada mais que amor. Isso ela sabia e sentia e doía. Como se respira mesmo? Não sabia mais, não queria mais...

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Coisas que deixam feliz!

Não é preciso muito para ser feliz, bastam alguns lápis divertidos, um torpedo sacana, um beijo roubado no meio das árvores, um elogio falso ao novo corte de cabelo, um comentário preocupado com a saúde, um bilhete no carro, um coração desenhado a caneta, uma resposta direta a um e-mail sinuoso e mais do que tudo isso, um amor como esse.

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Pergunta

Nesses dias de chuva me pergunto: Por quem a chuva chora?

Queria chorar com ela, mas ai penso que já há água demais, não choro, fico olhando a chuva, que chora lá fora. Enquanto aqui dentro ...

domingo, 6 de fevereiro de 2011

Perdão.

"Preciso ficar quieta um pouco, cansei de falar demais, explicar demais, justificar demais, contextualizar, verbalizar, exemplificar, cansei de teorias que invento para mim mesma. Cansei das palavras..."

Foi um impulso, exaustão, cansaço de palavras em excesso. Mas ao reler suas próprias palavras, mal podia acreditar que tivesse escrito aquilo ... Cansei de palavras? Era uma blasfemia. Não se pode cansar de si mesma. Ela era as palavras. Mas o excesso estava lhe causando mal. Entendia agora o que desejava. Desejava ser simples, não burra, simples.
Sentimentos simples, teorias simples. Queria olhar e ver com simplicidade. Estava cansada de justificar seus atos, explicar seus desejos, traduzir em palavras para os outros o que nem ela mesma entendia. Queria a simplicidade pura - quero, não quero, sim, não, talvez - sem ter que explicar, justificar, verbalizar ... a vida, o dia a dia, e até, ousava dizer, os desejos, são simples.
Ela com suas palavras em excesso é que estava complicando. Não era necessário entender tudo, colocar legendas, traduzir para o idioma dos outros o que nem ela mesma entendia. Ela só precisava viver - sim, lógico, com as palavras - mais tudo na medida certa. Viver, caminhar, tomar decisões, fazer mudanças, sem legendar cada passo. E assim, por entender, em meio as palavras exatas, é que ela pedia perdão por dizer que estava cansada das palavras.