segunda-feira, 22 de junho de 2009

... com um toque de dalí...

Ela passou o dia ruminando um sentimento, vaca de si mesma. Achou graça da imagem de si, vaca. Cílios longos, malhada, mastigando o tal do sentimento feito capim gordura. E nada de sentimento dar a cara. E nada de conseguir botar nome naquele bolo de capimsentimento, sentimento ruminado. Ela, vaca de si, ruminando o sentimentocapim, esperando pela metaformose que fará dela pessoa de si, mastigando o sentimento, em meio a saliva doce, depois do vinho rubi. Ela, pessoa de si, com o sentimento na mão esquerda, na outra mão a taça de vinho. Ela, pessoa de si, rindo da vaca, tão mais (sur) real. Ela, não mais vaca, não mais pessoa, só sentimento de si.

sexta-feira, 19 de junho de 2009

Nesses dias frios só quero saber de ficar sentada bem quieta no sol. Fecho os olhos e deixo o sol aquecer cada pedacinho do meu corpo. É engraçado, quando eu fecho os olhos o sol parece mais forte. Ilusões da não-ótica!

quinta-feira, 11 de junho de 2009

Para Viver um Grande Amor

"Era isso, ela sentia e por sentir desejava mais, desejava mais palavras, desejava mais amor. Queria afogar-se naquele amor que não era seu, que não era para ela, mas que dele foi vítima, vítima de algo que foi maior do que a história de amor deles, o amor sobreviveu alheio ao fim da relação. O amor venceu por não estar enclausurado nas pessoas, o amor sobreviveu pelas palavras. Ela descobriu sem querer a fórmula do amor que fica, do amor que dura, além das pessoas, além das conveniências, além das escolhas. Enfim, o grande amor."



http://letras.terra.com.br/vinicius-de-moraes/86815/

segunda-feira, 8 de junho de 2009

Um eu, muitas porções.

Tem certos dias, geralmente os nublados, que eu amanheço cansada. Mal abro os olhos e já desejo fecha-los. Abro a boca e desisto, finjo um bocejo, finjo... Meu cansaço não vem do corpo doído pelo sono mal dormido. Quem dera assim fosse, quem me dera assim padecer. O cansaço das manhãs nubladas vem da alma que já não se aguenta, coitada, contida. Sabe? Queria usar as palavras mais ácidas e áridas, não queria ser boazinha, sensata, gentil. Sou doce, impregnada da doçura que conquista, que agrada. Não, eu não queria ser agradável. Tem aqui dentro, bem guardada, uma porção selvagem, desagradável e sobretudo divertida. Diverte-me e, tenho certeza, poderia diverti-los também. Essa porção - que é muito mais eu do que esses eus que por aqui passeiam - diz o que pensa. Aliás, apenas diz, porque não pensa, não pensa como nós pensamos assim de pensamento na cabeça que fica o dia martelando. Não pensar pode pesar como um defeito, mas não é, ou é, e eu não me importo. Adoraria não pensar. Imagina um dia inteiro livre de pensamentos? Cabeça leve sustentando apenas o ser. Geralmente leio, pondero se essas palavras cabem aqui, escrevo para quem, afinal? Pondero, deleto, não digo, calo. Mas essa porção divertida resolveu que hoje não, e eu cansada demais para resistir, cedo, fecho os olhos, volto a dormir.

Explico que não sou eu esse eu que aqui escreve? Não, não explico nada ... assim é mais divertido...

sexta-feira, 5 de junho de 2009

estranho

Dias estranhamente mornos em meio ao frio intenso
Palavras estranhamente obliquas

Sentimentos estranhamente intensos
... largados
bem no meio
dos dias mornos e das palavras obliquas.