domingo, 17 de outubro de 2010

Vingança

A semana foi dificil, o mês e quase o ano. Ela estava cheia de pensamentos desafiadores, pareciam ter vida própria, não dependiam dela para assombra-la, mas nela habitavam. Pensamentos são como parasitas. Nunca ninguém viu um pensamento flutuando por ai, ou viu? Eles dependem de alguém para pensa-los. E esse simples pensamento deu a ela a força necessária para parar de pensar. Essa seria sua vingança. Fez silêncio. Os pensamentos estavam alarmados. Foram aniquilados sem dó.

sábado, 16 de outubro de 2010

E quem me resgatará?

Gosto de ficar sozinha. Gosto de fazer coisas sozinha. Não sinto solidão, há muito tempo conquistei minha solitude e com ela me dou muito bem.
Sentei para almoçar depois de assistir Comer, Rezar e Amar. Na minha bolsa um lápis, na minha frente um papel e dentro de mim muitas palavras querendo sair.
Percebi que não é o que se faz, mas como se faz. Eu estava fazendo do jeito certo.
Eu entendi, naquela fração de segundo, eu entendi.
E entender dá conforto, além de fé.

Vi os mineiros do Chile sendo resgatados com olhos marejados e pensei: Quem me resgatará?
Agora sei a resposta.
Eu mesma!

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Carta para bem perto, mesmo que não.

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Faz frio, choveu. E a chuva, apesar de boa, dói. Provando que nem sempre o que dói é ruim, mas é também. Sim, estou confusa. Confusa como os pensamentos que insistem em povoar meu ser. Penso em fragmentos, e alguns pensamentos mais ousados me tiram o fôlego e me fazem perder o foco. Mas ai eu sinto os pingos. Não sei ainda se essa viagem foi uma boa ideia, você partiu, eu parti, o que ficou? Eu sei que tínhamos um acordo, mas não posso cumpri-lo, simplesmente, não posso. Porque viola o que há de mais verdadeiro no que sou. E da verdade eu não posso abir mão. Não em você. Queria só que você soubesse, não vou me ater a fatos, mas queria que você soubesse que aqui, onde bate, ainda dói. Mas não é uma dor ruim, não é, porque chove. Eu sei, não faz sentido, mas mesmo assim eu queria dizer, sem fazer mesmo. Porque é. Não faz. Queria ficar perto, mesmo partindo, mas sei que estou, porque vivo ai. Sente? Sente que só respiro quando seu ar chega até nós. Sente? Sente o ritmo que bate meu coração? Sente quando bate descompassado, sente? Não, acho que não pode a distância, porque não há. Eu sei, talvez não possa me ler, porque são as palavras que dizem, não eu. É, eu não sei também, mas pode.
Fique bem, eu sei que ficaremos.
sua
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domingo, 3 de outubro de 2010

A vida continua e o amor também...

Dizem que a vida sempre dá um jeito de continuar. Acho que com o amor é assim também, ele sempre dá um jeito. Escolhe outro caminho. Dribla a marcação. Debocha dos que (insanos) resolvem que há outra coisa a fazer antes do amor. O amor ri, e dá um jeitinho de prevalecer. Gestos, palavras, num dia de cada vez, e mesmo assim, ou por isso, o amor ainda está lá. Como a única lucidez possível em meio a vida, que sempre dá um jeito de continuar...

sábado, 2 de outubro de 2010

Quase um dia...
Um dia de cada vez.