domingo, 29 de novembro de 2009

Em casa.

Viajar é sempre bom. Voltar para casa, cada vez melhor. Nada como a minha cama, nada como o meu teclado.

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Onde eu perdi minhas certezas?

Onde foi que eu perdi minhas certezas? Ela perguntou para ele. Ele só sorriu, ela não estava falando com ele, mas era para ele que olhava, enquanto fazia a pergunta. Ele poderia responder, preferiu sorrir. Ela estava cansada de procurar, sabia que tinha deixado suas certezas por ali. Mas já tinha olhado nas gavetas, na mesinha da sala, ao lado do computador... Ela se lembrava de ainda estar com as suas certezas, todas elas, no momento que escrevia aquele maldito e-mail. Era uma lembrança nítida: ela sentada, cheia de certeza, seus dedos rápidos digitando palavras contundentes, frases cheias de efeitos, usou algumas metáforas, mas não abusou delas, afinal, estava com suas certezas e com certezas não são necessárias metáforas. Depois de escrever sentiu sede, foi até a cozinha. Mas já havia procurado na cozinha, suas certezas não estavam ali também. Onde ela poderia ter deixado??? Depois foi para o quarto, mas a lembrança do quarto não era tão nítida, as certezas não estavam tão certas. Ela se lembra disso porque ao se jogar na cama, pensou: mas eu tinha certeza, não tinha? Era isso, ela havia perdido suas certezas entre o computador, a cozinha e o quarto. Já havia refeito o caminho diversas vezes e nada.
Ele ouviu com atenção toda história, sorriu mais uma vez, deu um beijo bem de leve na sua boca despida de certezas e foi embora. Ela ficou ali, parada, sem saber o que fazer, já não tinha mais certezas.

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Uma confissão, enquanto voltamos para ficar.

Andei ausente, mas se me perguntar onde fui, não saberei responder. Não estava aqui e tampouco sei onde estive. Escolhi o silêncio para morar por um tempo, confesso que é uma grande tentação continuar por lá, mas sei que ainda não posso. Não chegou a hora. Queria ter as palavras certas para explicar o que se passa aqui dentro. Pensei em partir, deixar esse espaço, porque era ela que falava e não eu, e por ser ela, eu podia falar o que bem entendesse, era libertador. Até o dia que resolvi reivindicar esse espaço para mim, eu é que queria falar, não mais ela. Mas ela não era eu? Não, não somos a mesma. E era esse o tênue equilíbrio que mantinha tudo funcionando. Percebo, agora, nesse exato momento que escrevo, que no meio do caminho me perdi, perdi a voz. E ela se calou. Não queria usar a minha voz, queria a dela de volta. Ela é uma porção muito preciosa, matá-la é matar o que me salva. Ela é o caixa dois, o lado B, o heterônimo. Preciso disso como preciso do ar que respiro.