terça-feira, 18 de novembro de 2008

Personagem.

Um dia eu fui criada, inventada mesmo, sou fruto da sua imaginação. Imaginação fértil capaz de criar idéias e teorias mirabolantes, capaz de me criar. E assim eu nasci, não tenho aniversário porque talvez eu sempre tenha existido ou nunca, então não se pode escolher um dia para ter nascido ou para nunca ter existido. O fato é que existo mesmo sem nunca ter colocado meus pés no seu mundo. Falando nisso, vamos a outro fato; não existe só o seu mundo. Mundos existem vários que é para ter algum sentido esse seu mundo. Entende? Que mundo seria esse que só ele mesmo existisse? Mas ... acabei fugindo do assunto, na verdade, do meu desabafo. O que é necessário para existir de fato e de direito? Eu respiro, eu sinto, eu vibro, eu suspiro, eu gozo e finalmente, eu penso. Penso, logo existo. Não é isso? Tem por ai tanta gente que nem pensa e diz existir. Hoje resolvi inverter a ordem, sempre é ela que fala por mim, ela que descreve o que vivo, o que sinto, enquanto eu sussurro no seu ouvido minhas palavras. Ela ficou esperando e eu, resignada, fiquei muda. Não disse nada. Aproveitei sua saída para eu mesma escrever, a mesma que ainda não colocou os pés no seu mundo, por enquanto bastam as palavras, minhas palavras.

domingo, 16 de novembro de 2008

Depois da multidão.

Nunca se é a mesma depois da multidão. Não dá para sair ilesa, principalmente depois da chuva. E ela se molhou, ficou encharcada até a alma. Deitou-se ao sol e de olhos fechados viu cada gota que inundava seu corpo e sua alma evaporar-se. Do seu corpo desprendia-se névoa. Lindo espetáculo. Por um momento sentiu medo, e se não restasse ela, se o corpo todo evaporasse? Imaginou-se incorporada às nuvens, vagando livre. Ventou, o medo imediatamente se dissipou dando lugar ao desejo de ser nuvem. Porém, no meio do suspiro percebeu que restava o corpo e a alma em estado líquido. E foi assim que se lavou antes de continuar a jornada. Adoraria vagar por ai, enfim, saiu da janela para viver a vida, personagem de si mesma, protagonista.

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Nas pessoas.

Ela estava no meio da multidão. Depois de tanto tempo resolveu deixar seu exílio e de novo misturar-se às pessoas. As mesmas pessoas que ela evitou, desprezou, esnobou e finalmente, abandonou. Está certo, não são exatamente as mesmas, estão representadas, mas como na massa não há distinção, achava que serviam. Há na massa de corpos o calor, o cheiro e as palavras comuns. Esse conceito absurdo que a coloca acima da multidão é algo que ela mesma despreza, mas tem que confessar que julgava correto. Existe um ingrediente comum em toda essa gente, o mesmo que os iguala, o mesmo que ela detesta. Detesta iguais na mesma medida que os ama. É capaz de amar e odiar o mesmo objeto, no mesmo tempo e por razões díspares. Sente muito cansaço desses joguinhos, dessas caras e bocas tão comuns (e úteis) da multidão. Por isso preferiu o exílio, preferiu observar. O tempo passou e ela entendeu, que exatamente o que ela despreza é o que faz das pessoas, pessoas! Assim como ela, uma pessoa. E a diferença tão difícil de observar na massa pode ser observada, mesmo a olho nu, com um simples passo. E nesse momento existem dois tipos de pessoas: as que correm com um simples passo seu e as que ficam para rir da sua cara. É óbvio, quais pessoas ela prefere.

terça-feira, 11 de novembro de 2008

Depois das Férias: Prêmio Dardos


Cerimônia de entrega do prêmio, depois de desfilar soberana pelo tapete vermelho [P] é chamada para entregar o Prêmio Dardos para os indicados. Elegantemente sobe os degraus até o palco. Pega o envelope pink, lê e sorri. Parece que gosta do que lê e com voz aveludada diz: E a vencedora é ... (tocam os tambores) ... Clarice na Janela.

É isso que dá férias ... mente ociosa ... entregue ao dolce far niente ... deve ser o tal do ócio criativo, tive que rir da cena!

[P], adorei o presentinho, obrigada. Nada como voltar de férias e encontrar essa surpresa, me deixa imensamente feliz saber que posso tocar alguém com minhas palavras.


Recebi da [P] do Siga Aonde Vão Meus Pés o Prêmios Dardos. O prêmio Dardos tem como objetivo: "Reconhecer os valores que cada blogueiro mostra a cada dia, seu empenho por transmitir valores culturais, éticos, literários, pessoais, etc. Em suma, demonstram sua criatividade através do pensamento vivo que está e permanece intacto entre suas letras, entre suas palavras...". Para aceitar o selo deve-se citar e linkar o blog de quem recebeu, publicar a imagem do selo e repassar para mais 15 blogs.

E os meus indicados são: pelo visto fui contagiada pelo espirito subversivo de [P] ... corre que isso [P]ega

Carlota Joaquina frases curtas, mas que dizem tudo, imagens marcantes, humor ácido e delicioso. Vale dar um pulo lá.
Laudano e Absinto para ver se ele larga de uma vez o direito e vai viver feliz de violão.
O Ultimo Apague a Luz tanta suavidade, transborda poesia feita de fotos e palavras.
Poeta Mauro Rocha por seus olhos de poeta que captam poesia por ai pra deixar o mundo um lugar melhor.
Velha Casa por que sinto falta da doçura de suas palavras. Volte!