domingo, 16 de novembro de 2008

Depois da multidão.

Nunca se é a mesma depois da multidão. Não dá para sair ilesa, principalmente depois da chuva. E ela se molhou, ficou encharcada até a alma. Deitou-se ao sol e de olhos fechados viu cada gota que inundava seu corpo e sua alma evaporar-se. Do seu corpo desprendia-se névoa. Lindo espetáculo. Por um momento sentiu medo, e se não restasse ela, se o corpo todo evaporasse? Imaginou-se incorporada às nuvens, vagando livre. Ventou, o medo imediatamente se dissipou dando lugar ao desejo de ser nuvem. Porém, no meio do suspiro percebeu que restava o corpo e a alma em estado líquido. E foi assim que se lavou antes de continuar a jornada. Adoraria vagar por ai, enfim, saiu da janela para viver a vida, personagem de si mesma, protagonista.

4 comentários:

Anônimo disse...

bonito menina!
boa sorte prá nós, então!
às vezes o próximo ônibus traz o encontro mais inesperado e feliz...

é sempre mais fácil, acho, descobrir os segredos quando se pergunta claramente. então podemos ver que cada centímetro de nós é um segredo. cada arfar, cada piscar de olhos. como nem sempre podemos ser claros, fazemos a pergunta ao espelho. se for um espelho mágico, responde a magia. se estiver quebrado, pode nos quebrar também. se for um espelho de sonhos, quem sabe ainda nos faz sonhar com quem mora por trás do vidro brilhante


bjs
Sandra

Poeta Mauro Rocha disse...

Bela história, me lembrou A Rosa Púrpura do Cairo, "saiu da janela para viver a vida" tive que ver o filme novamente,rsrssrs. òtimo texto. Um grande abraço!!

Clarice disse...

Sandra, gostei muito do seu comentário, venha mais vezes.

Poeta, não sei se é a vida que imita a arte ou a arte que imita a vida, só sei que tenho tido vontade de sair da janela (risos!!) beijos

Anônimo disse...

Volto sim, Clarice!
Só que hoje preciso lavar as janelas!! (rsrsrsrs)