quinta-feira, 19 de junho de 2014

Quando a matemática não é exata, por precisão.



Não tenho tido tempo pra escrever, tempo orgânico e cronológico, escrever me exige um estado interno para o qual é preciso espaço. 
Ignorando tudo isso, há dias algo se movimenta em mim, sinto uma ebulição. Minha alma dá sinais de que precisa de comunicar, as palavras, como black blocs mascarados, marcham dentro de mim. 
Soma-se a isso a chuva que me acordou ontem, a algumas coisas que você me disse por deslize (?) e ao Chico que cantou no meu ouvido até eu dormir. E como se fosse pouco,  ainda se pode somar o cinza do dia, e a possibilidade do verde a me olhar hoje à tarde. Somando tudo isso, se tem um pouco da dimensão do que acontece comigo nesse exato e preciso momento.


"O que será que será que dá dentro da gente e que não devia?"




quinta-feira, 29 de maio de 2014

De novo, Cortázar.



Há dias ela andava por ai procurando palavras que pudessem ajudá-la a entender. 
De repente lhe ocorreu que procurava nos lugares errados. 
Vai pensando, alguém sugeriu.
De nada adiantou. A resposta não estava nos pensamentos. 
Não se pensa sentimentos, se sente.
Vai sentindo. E finalmente, sentiu.

domingo, 18 de maio de 2014

Uma carta que eu não escrevi.



Era uma vez uma carta. A carta que era, uma vez me disse: let me tell you. E a carta que era, outra vez, disse: you know, of course, you do. A carta que não era, queria ... mas não disse: i love you.

quinta-feira, 15 de maio de 2014

Combinações perigosas ... ou não.

Existem algumas combinações que devem ser evitadas.
Ou devem ser usadas sem restrições.
Não há meio termo.
Ou se joga.
Ou se evita.
Vinho + Vinicius de Moraes + Eu sei que vou te amar, pode ser uma combinação muito indicada. Ou completamente vetada, dependendo dos sujeitos envolvidos.

Quando o Vinicius canta "Mesmo o amor que não compensa é melhor que a solidão" e as pessoas da mesa ao lado fazem um brinde, e no mesmo momento o vinho brilha rubi na taça, começa-se a acreditar em conspiração cósmica. Ou em poesia.

Pra acabar ... vinho, taça, brinde, Vinicius, Toquinho, saudades e Onde anda você...



quarta-feira, 14 de maio de 2014

Um estado de estranheza ...



Sabe aquela sensação incomoda de estar em um lugar estranho, com pessoas estranhas, e não saber onde colocar a mão? Era assim que ela descrevia a sensação de estar aqui. Ela não sabia mais onde colocar a mão. Tentou por muitos anos colocar a mão em uma aliança, era mais um estado civil, do que um estado de fato. Desistiu. Resolveu buscar uma outra mão, poderia dar certo, ela pensou? Não deu. Ela continuou com as mãos abanando, sem saber o que fazer nem com a mão, e agora, pior, não sabia o que fazer com o coração.
Teve uma ideia, poderia dedilhar letras, que se transformariam em palavras, que se juntariam em frases, que fariam sentido, enfim. Ela acreditou, então, que saberia o que fazer com as mãos. E, assim, achou que a sensação de estranheza, por estar em uma lugar estranho, com pessoas estranhas, fosse embora. Enganou-se. A ultima vez que a vi, ela estava andando distraída, as mãos acomodadas, entrelaçadas, uma a outra.

sábado, 10 de maio de 2014

Repara só ... quando meu coração dispara.





Um fiapo de pensamento. O tipo de pensamento ligeiro que não ouso nem admitir que pensei em pensar. Sabe, assim? Aquele tipo de pensamento que apenas se insinua? Então!!! Mesmos esses, quando tem você, meu coração dispara. Difícil controlar coração assim. Tive uma ideia: vou entrar para fila de transplante de coração. Logo desisti. Só o coração não adiantaria. Precisaria trocar uns 12 órgãos de uma vez. Ha!

quinta-feira, 8 de maio de 2014

Tenho medo de dias assim


Tem dias que acordo chorando, como hoje. 
Tenho medo de dias assim...

quarta-feira, 7 de maio de 2014

Hora e lugar para tudo.




Gosto muito do Drummond, mas não foi sempre assim. Já teve uma época que ao ler que havia uma pedra no caminho, eu ria. Não entendia que aquilo, além de poesia, era a vida sendo retratada. E mais, não entendia que era a vida sendo retratada por um dos maiores poetas do Brasil. Não entendia e ria, incrédula por ter que estudar Drummond. Perdi meu tempo. Ou ganhei, ao descobrir de verdade Drummond um pouco mais tarde na minha vida. Nesse momento, entendi que existe hora e lugar para tudo, até para apreender poesia.

quinta-feira, 1 de maio de 2014

Em tempo de perguntas, uma resposta.


Eu ri, depois chorei ... 

Fiz una canzone per te
Para impressionar você...

domingo, 27 de abril de 2014

Tempo, tempo, tempo...


- Quanto tempo já passou?
- Acho que uma vida. Ou duas, talvez.
- Talvez.

sexta-feira, 25 de abril de 2014

Intenso



Demorei muito tempo para começar a ler o livro que estou lendo. Acredito que existe a hora certa para cada livro na minha vida. Aprendi que é melhor, ou mais prudente, não insistir. E nesse caso, a dor que o tema despertava em mim era tão difícil de aguentar que acabei deixando de lado por muito tempo.
O livro é sobre a morte, a morte de um amor. O texto é  real e verdadeiro. As palavras têm o poder de tocar todos os sentidos. É bonito e triste; e dói.
Preciso me corrigir, o livro fala da morte, mas percebo, a medida que avanço em suas páginas, que o livro é também, e sobretudo, a respeito da vida. A vida que segue, após a morte. A vida que precisa seguir, mesmo quando o amor não. Ver a vida deixar o corpo do seu amor, deve ser uma das experiências mais difíceis que um ser humano, que ama, pode passar. Mas, ver o corpo do seu amor, deixar a sua vida, também é. Perder um amor, seja ele para a morte, ou para vida, é sempre luto. Nunca mais tocar uma pessoa que se ama, seja pela morte, ou pela vida, também é.
Guardadas as devidas proporções, vida e morte, o fim é sempre o fim.
No caso da morte, não há outra escolha. A morte encerra e, fim.
No caso da vida, é a vida que encerra, e mesmo havendo a escolha, se faz e, fim.
Tenho pensando na morte, na vida, na casa que se deixa, nos planos de um futuro que se transformam em planos do passado. Tenho pensando no espaço, lugar, presença que amores ocupam na minha vida. Quando alguém que se ama, morre (mesmo vivendo), sempre se morre junto. Quem vive, é outra pessoa. Parece papo sem nexo, mas a morte (qualquer tipo de morte) não faz sentido. Nunca fez.
E acho que nunca fará.

segunda-feira, 21 de abril de 2014

A chave que faltava para encontrar a saída.



Sempre existe algo ou alguém que salva. Por caminhos tortos, desvios da rota, surpreendentes e imprevisíveis. Sempre acaba existindo um pouco de magia, de encantamento, mesmo que tardio. 
No lugar mais improvável, pode haver a chave que faltava para encontrar a saída. 
A vida, enfim, mais do que apenas, a vida, enfim.

sexta-feira, 18 de abril de 2014

Não posso abrir mão disso, me desculpe.


Sou apegada às memórias, cartas, bilhetes, e-mails, mapa astral, cartazes, mimos, histórias. Sou apegada a demonstrações de amor, mesmo quando o amor acaba. Guardo tudo. Gosto de baú, dedicatórias em livros, cartas manuscritas. Cartas amareladas com cheiro de ontem. Bilhetes em guardanapo, em papel de pão, papelão e até na mão.
Acho que guardar palavras, para um dia reler, é uma forma de sentir de novo. Palavra escrita (endereçada a mim, escrita para mim, escrita por mim) é algo precioso e sagrado e, nesse caso, sou possessiva, precisam ser minhas e morar comigo. Me desculpe, não possa abrir mão disso.

domingo, 13 de abril de 2014

Soneto

Por que me descobriste no abandono
Com que tortura me arrancaste um beijo
Por que me incendiaste de desejo
Quando eu estava bem, morta de sono
Com que mentira abriste meu segredo
De que romance antigo me roubaste
Com que raio de luz me iluminaste
Quando eu estava bem, morta de medo
Por que não me deixaste adormecida
E me indicaste o mar, com que navio
E me deixaste só, com que saída
Por que desceste ao meu porão sombrio
Com que direito me ensinaste a vida
Quando eu estava bem, morta de frio

Chico sempre Chico.

sábado, 12 de abril de 2014

ERROR OR NOT



Não sei. 
Não entendo. 
Não vi. 
Mas queria. 


foto: http://witchoria.com/

quinta-feira, 10 de abril de 2014

Beijo na boca



Quantas vezes me perdi na sua boca? Nem sei. Mas consigo me lembrar de todas as vezes que me achei no nosso beijo. Desde o primeiro, o beijo do encontro, do reencontro, do reconhecimento. Aquele beijo que rompeu crenças antigas e trouxe novas perspectivas, resgatou um ser. Talvez dois, ouso dizer.
O beijo que selava a paz, depois de cada briga. O beijo que trazia o ar, depois de cada ausência. O beijo entre os livros, sagrado. O beijo na Biblioteca Nacional ... sobre ele, nada posso dizer.
Esse espaço, como um portal, uma dimensão alternativa, uma ausência do ser/estar e ao mesmo tempo a presença mais maciça e real. Era esse o espaço do nosso beijo. Eu contida no seus braços, minha alma na sua boca. Seus olhos, por momentos, meus.
Outros tempos .... outras bocas ... outros beijos...
Mas o que é sagrado fica, mesmo que em outra vida.

sábado, 5 de abril de 2014

Quase um alívio...



Deixar ir e não lutar. A hora, o momento, o lugar para deixar ir é algo cheio de sutilezas. Linhas tênues separam o que deve ser desapego (deixe ir) e a falta de esforço ou dedicação por algo (você precisa lutar). Qual o momento exato para entender que é hora de partir? Qual o lugar mais apropriado para entender que não adianta reter? Na praça do aeroporto ou nas entrelinhas? Fica aquele gosto amargo na boca (e no coração) de não ter tentado mais uma vez, a última. Mil vezes, a última vez.
Chega um tempo que é sábio entender, mesmo sem querer, que quem quer, fica. Quem ama, cuida. Que palavras doces, são só, e tão somente, palavras doces. Nem verdade, nem mentira, apenas palavras.
O entendimento pode acontecer em qualquer lugar, até no hall de um edifício comercial. Entre o sentimento da perda e da falta de qualquer tipo de humanidade que o ato possa despertar, surge, como o riscar de um fósforo, uma luz, mesmo que fugaz, um calor, mesmo que efêmero, um cheiro...de alivio. Hora de parar de se debater e aceitar, é hora de deixar ir ...

quarta-feira, 2 de abril de 2014

From hell

- Eu estou precisando de ajuda.
- Ajuda em quê?
- Na vida.

Houve um tempo em que esse tipo de pedido de socorro seria suficiente. Dá para imaginar o grau de desespero da pessoa ao escrever isso?
Mas vivemos tempos novos ... tempo que ao deitar, depois de pedir socorro de forma tão veemente e receber silencio como resposta, a pessoa faz uma oração pedindo para morrer essa noite. Não acordar.
I quit at all, estaria escrito do bilhete.
Morreu de quê? perguntariam.
Morreu por que não deu conta da vida.

sexta-feira, 28 de março de 2014

Viver e não ter vergonha de ser feliz.




Vinho é um bênção. 
Vinho sozinha é ótimo.
Vinho acompanhada é melhor ainda.
Vinho bem acompanha, com bom papo e risadas é um quase um milagre.

(adoro esse lugar)

sábado, 22 de março de 2014

Ninfomaníaca e os hábitos que não percebemos nascer.


Não sei quando, nem onde, foi a primeira vez que fiz isso. Acho que, como muitas coisas, começamos sem ter a consciência do que estamos fazendo e só percebemos quando é tarde demais. Tarde, porque virou parte da gente. Tarde demais, porque passamos a gostar daquilo.
Quando gosto muito de determinado trecho de um livro, preciso ler e reler mil vezes e assim sentir o gosto de cada palavra de novo, talvez seja uma forma de reter a sensação que as palavras causam.
Como é uma particularidade difícil de explicar, faz parte dos meus momentos de solitude. Fazia parte dos meus momentos de solitude. Ou fazia, apenas por um tempo. Nesse tempo, me imaginava lendo um livro em voz alta para um observador de olhos tão incrivelmente perspicazes, a ponto de perceber no meu corpo (ouso dizer, na minha alma), apenas por olhar, o que essas palavras causavam. O fato é que nunca cheguei a fazer isso nesse mundo real. Ficou apenas nos meus pensamentos.
Mas um dia, no meio de uma livraria lotada, me peguei lendo em voz alta o trecho impressionante de um livro (talvez com  a intenção de fazer as palavras chegarem aos olhos incrivelmente perspicazes), e percebi que chorava, as lágrimas choviam, procurei um lenço e os óculos escuros na bolsa, enquanto me dirigia ao caixa.
E como disse, acho que a gente só percebe que "aquilo" se transformou em um hábito, quando já é tarde demais. ...
Hoje ao ler a coluna no Contardo Calligaris na Folha de São Paulo ... "nossa cultura sempre tentou encontrar, no corpo, o lugar onde se esconderia a alma", me peguei de novo lendo em voz alta... e imaginando olhos incrivelmente perspicazes observando do sofá.
Hoje, ao ler a coluna do Contardo Calligaris na Folha de São Paulo ....    

quarta-feira, 19 de março de 2014

domingo, 16 de março de 2014

Seu lar e minha oração.

                                                  
Apenas o que é sagrado fica. Gosto de pensar dessa forma. Por isso também gosto de pensar que algumas palavras são sagradas, as de amor, com certeza, são. Essa crença me ajuda a atravessar os dias que me falta fé. Funcionam pra mim como pequenas orações. Hoje, por exemplo, fiz a seguinte oração: "Adoro quando você entra em casa" As palavras têm o poder de evocar o exato momento em que foram ditas, e celebro de novo a verdade delas. Tudo pode mudar, menos a verdade.
foto: https://www.facebook.com/papeletudo

sábado, 15 de março de 2014

Body and soul




Meu corpo tem perguntado por você cada vez com mais frequência.
Nas primeiras vezes, deixava pra me questionar à noite, depois do banho, naquele exato momento em que ao deitar, respiro fundo, buscando o ar que tem insistido em sumir.
Mas a partir da última chuva, a situação piorou. Meu corpo, como uma entidade independente, resolveu que poderia perguntar sempre que assim desejasse - [o desejo habita nele, não como algo contido em meus contornos que você sempre gostou de explorar. O desejo não está apenas na curva que insinua, ou sob a pele que um dia você tocou. Nem está apenas nas estrelas que iluminam meu corpo. Está em todas as células, e corre com o sangue e rouba o ar que tem insistindo em sumir ] - tipo, no meio de uma reunião, ou no trânsito caótico das 6 da tarde ou, ainda, no escuro da sala de cinema. E quando aos gritos pergunta, onde está você, simplesmente, silencio.

Ah, antes que você diga que apenas meu corpo - como se isso fosse algo menor - pergunta por você, já vou logo esclarecendo, a alma, probrezinha, já desistiu de chamar.

quarta-feira, 12 de março de 2014

Definição

Por favor, você pode definir cansaço?



terça-feira, 11 de março de 2014

segunda-feira, 10 de março de 2014

domingo, 9 de março de 2014

Múltiplas mulheres


Eu não escolho, quando sento para escrever, nunca sei quem vai aparecer. São tantas aqui dentro, algumas nem conheço ainda. Outras, nem quero. Respeito todas, mesmo as que não aceito. São essas que mais me ensinam.
Algumas tomam o meu lugar, vivem em mim por um tempo. Usam meu corpo, embotam meus sentidos, e elas, não eu, gozam sem pudor algum. Gosto mais dessas mulheres que usam meu corpo do que gosto dos homens que por elas são usados.
Tive medo dessa frase, medo da censura. De novo, não minha, delas. Não sou eu, entende? São elas. Não, ninguém entende, e às vezes me canso de explicar. Elas não, elas são incansáveis e, belas. Meus Deus, como são belas essas mulheres.
Algumas não escrevem, só narram, nesse caso, sou eu a registrar o que elas têm a dizer. Outras não me deixam escrever. Essas são tristes.
Engraçado dizer assim ... essas mulheres, sempre no plural. Sempre coletivo, talvez por isso nenhuma tenha medo da solidão. Nunca estamos sozinhas. Ou sempre estamos, por ser assim, o nosso estado natural de ser e estar.
Ah, deixa para lá ... Não há muito a explicar, porque já aprendi, depois de muito pelejar, que palavras, muitas vezes, enganam a gente. Aprendi que nem toda poesia vem do poeta, que há trapaça, também do lado de lá. Nem toda palavra escrita é de verdade, nem há verdade em tudo que se diz. Aqui por exemplo, não há;


quinta-feira, 6 de março de 2014

Você não deve e pronto.

- Me deu até um arrepio, olha só - disse a cartomante me mostrando o braço - não vi o tal do arrepio, mas senti... um arrepio no meu corpo. Arregalei os olhos.
Ela sorriu ao me olhar, acho que percebeu meu desconforto, me remexi na cadeira.
- Viu, minha filha, foi a cigana que acabou de vir aqui me falar.
- Falar o quê?
- Falar que você não deve fazer o que você está querendo fazer.
- Não? Mas você tem certeza? A cigana pode ter se enganado.
- A cigana nunca se engana.
- Como ela sabe o que eu estou querendo fazer se eu nem falei ainda?
- A cigana sempre sabe.
- Sempre?
A cartomante fez que sim com a cabeça, parecia sem muita paciência.
- E o que eu não devo fazer?
- Isso ela não disse. Mas você deve saber, já que está querendo fazer o que não deve.
- Então, pergunta ai para ela.
- Não posso, ela já foi.
- Como já foi?
- Ela já disse o que precisava dizer.
- Ela pode ter errado.
- Ela nunca erra.
- Nunca?
Fez que não com a cabeça e emendou com voz firme, enquanto recolhia o baralho da mesa
- Não, minha filha. Você não deve  e pronto. E depois, não adianta vir aqui me dizer que não devia.

quarta-feira, 5 de março de 2014

Palavras sem sentido, só porque é necessário dizer.

Não sei se entender é fundamental. Porque tem um monte de coisas que não entendo. As vezes, sou lenta, lenta demais. E no mundo frenético e instantâneo, ser lenta é mais do que um defeito, é um pecado. Perdão, senhor, acabei de pecar de novo. Com quantos pecados se pode viver (ou morrer) hoje em dia?
Entendi que isso cura. Não sei exatamente cura do quê, só sei, e isso por lentidão de entendimento, que preciso me curar. Tem dia que acho que preciso me curar da vida. Mas, tenho cá para mim, que não é a cura pela morte, que esse tipo de cura não faz sentido. Não se corta o órgão doente, se trata. Não se mata a vida, cura. Mesmo se não fizer sentido algum, é um recomeço. Preciso me lembrar como é. Preciso de novo dessa liberdade de escrever sem ser. Escrever pelo prazer de escrever, escrever sobre escrever, porque hoje escrever é algo maior. Demorei tanto para entender ... sou lenta até para morrer, e ainda mais, para viver.