- Me deu até um arrepio, olha só - disse a cartomante me mostrando o braço - não vi o tal do arrepio, mas senti... um arrepio no meu corpo. Arregalei os olhos.
Ela sorriu ao me olhar, acho que percebeu meu desconforto, me remexi na cadeira.
- Viu, minha filha, foi a cigana que acabou de vir aqui me falar.
- Falar o quê?
- Falar que você não deve fazer o que você está querendo fazer.
- Não? Mas você tem certeza? A cigana pode ter se enganado.
- A cigana nunca se engana.
- Como ela sabe o que eu estou querendo fazer se eu nem falei ainda?
- A cigana sempre sabe.
- Sempre?
A cartomante fez que sim com a cabeça, parecia sem muita paciência.
- E o que eu não devo fazer?
- Isso ela não disse. Mas você deve saber, já que está querendo fazer o que não deve.
- Então, pergunta ai para ela.
- Não posso, ela já foi.
- Como já foi?
- Ela já disse o que precisava dizer.
- Ela pode ter errado.
- Ela nunca erra.
- Nunca?
Fez que não com a cabeça e emendou com voz firme, enquanto recolhia o baralho da mesa
- Não, minha filha. Você não deve e pronto. E depois, não adianta vir aqui me dizer que não devia.
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