sexta-feira, 24 de junho de 2011

Non sense, at all.

Queria encontrar as palavras certas, as mais exatas, contundentes, precisas, algo que traduzisse para mim mesma o que sou incapaz de dizer. Ou entender. Entendo em palavras. Não sei você, não sei dos outros. Só de mim que sei. E, às vezes, nem. Quando olho para dentro percebo sombras, como letras boiando, sopa de letrinhas da infância. Um oráculo. Procuro respostas. Procuro respostas em todos os lugares por onde ando. Meus olhos, atentos, ao sinal, qualquer sinal, sinal de que algo faz, de fato, sentido. E meu corpo, como entidade autônoma, se move em direção a vida cotidiana. Adoro a palavra cotidianice, apesar de não gostar do que ela ultimamente significa. E minha alma, sempre fica onde não estou. Minha alma fica. Fica onde você está. Onde estamos. Mas, de que adianta um corpo sem alma? Uma alma sem corpo? De que adianta essas palavras sem sentido? De que adianta perguntas sem respostas?
Eu sei, nem sei, só sei que escrevo, porque é preciso. A vida? A vida não. As palavras, sim. Por isso escrevo. Porque não desisti, porque acredito, acho possível, viável, vivível, existe isso? Se não, deveria, porque a vida, às vezes é vivível, às vezes, não. Só vivo quando dá, no resto do tempo existo, ora corpo, ora alma, ora ambos. Mas, apenas, onde estamos.
Queria encontrar as palavras certas, com o grau de contundencia ideal, as palavras mais exatas, mais precisas, algo que traduzisse para mim mesma o que sou incapaz de dizer. Ou entender. Entendo em palavras. Não sei você, não sei o outro.

terça-feira, 7 de junho de 2011

E daí que choveu?

E daí que choveu? E daí que a chuva no meio de uma crise de abstinência é como alguém que não quer mais beber em um bar? E daí que essa comparação só faz sentido para você? E daí que eu escrevo para mim? E daí que amanhã vai doer mais que hoje? E daí que ainda chove lá fora? E daí que aqui dentro chove muito mais? E daí que eu chorei hoje andando na esteira? E daí? O tempo não para, a vida segue ... com ou sem chuva, aqui ou lá fora.

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Está nas suas mãos.

Ela percebeu, não poderia carregar sozinha tantas coisas em suas mãos. "Tenho apenas duas mãos e o sentimento do Mundo". Entendia que não há como zelar, cuidar, carregar, conduzir tanto. Sim, era impotente, sim, doía por se saber. E pensava que o silêncio é, às vezes, um pedido de socorro. Não era injusta, mas estava triste. E com as mãos cheias, se calou. Não podia mais carregar em duas mãos, não os do mundo, mas, os seus sentimentos.