terça-feira, 27 de julho de 2010

Dentro dela, onde o tempo e o espaço eram relativos.

Ela sabia que não havia distância, que o tempo era algo relativo. Lá, dentro dela, onde eles habitavam, o tempo, o espaço e o amor tinham uma medida diferente. Eles não contavam os dias pelo calendário e nem as horas pelo relógio. A medida para eles era outra. E só por saber disso é que a distância era possível. Só eles sabiam, só eles entendiam. Eram diferentes, possuiam algo que ninguém mais tinha. Sabiam que o que importava era aquele tipo raro de amor. Que traz a paz mesmo em meio a um vendaval. Que é porto seguro em meio ao mar revolto. Que o mais difícil eles fizeram, agora todo o resto parecia mais fácil, ou menos difícil. Ela confiava no que tinham. Porque o amor é um desafio. Amar de novo é sempre um desafio, até que um dia ... não precisa mais ser. E ela sabia, sentia ...

sexta-feira, 9 de julho de 2010

Sensato ou agradável?

Quando eu tinha 17 anos, alguém me disse que às vezes é necessário trocar o agradável pelo sensato. Na época me pareceu maduro. Acho que segui esse conselho algumas vezes na minha vida. Mas, ao repetir essa frase para mim mesma dias desses, fiquei pensando: trocar o agradável pelo sensato não é lá coisa muito sensata a ser feita. Aliás, sensato é um conceito que sempre me escapa. Talvez, sensato seja o oposto de razoável. Sensato seria escolher a vida.

sexta-feira, 2 de julho de 2010

Sabedoria que vem da infância

"O anel que tu me destes,
era vidro e se quebrou
O amor que tu me tinhas,
era pouco e se acabou."

quinta-feira, 1 de julho de 2010

Em braile for you.

Eu quero explicar, explicar para que eu mesma possa entender. Porque as vezes as palavras ajudam, mas às vezes, só o corpo fala. Meu corpo fala, grita, pede, diz, implora. Eu sei que você ouve. Cada célula do meu corpo fala e cada célula do seu corpo responde. E eu me sinto viva como há tempos não me sentia. Sinto que sou mais que obrigações, tarefas, responsabilidades. Sou um corpo que sente. Tenho vida em mim, vida que você desperta. A consciência de que sou, traz sensações bem específicas, a respiração acelera, o coração bate descompassado, tudo treme, tudo se agita. E eu não consigo sair de perto do que me desperta tudo isso. Me faço em letras, todo meu corpo, para que você possa me ler. Códigos em braile. Você cegamente me toca e me desvenda.