quarta-feira, 14 de maio de 2014

Um estado de estranheza ...



Sabe aquela sensação incomoda de estar em um lugar estranho, com pessoas estranhas, e não saber onde colocar a mão? Era assim que ela descrevia a sensação de estar aqui. Ela não sabia mais onde colocar a mão. Tentou por muitos anos colocar a mão em uma aliança, era mais um estado civil, do que um estado de fato. Desistiu. Resolveu buscar uma outra mão, poderia dar certo, ela pensou? Não deu. Ela continuou com as mãos abanando, sem saber o que fazer nem com a mão, e agora, pior, não sabia o que fazer com o coração.
Teve uma ideia, poderia dedilhar letras, que se transformariam em palavras, que se juntariam em frases, que fariam sentido, enfim. Ela acreditou, então, que saberia o que fazer com as mãos. E, assim, achou que a sensação de estranheza, por estar em uma lugar estranho, com pessoas estranhas, fosse embora. Enganou-se. A ultima vez que a vi, ela estava andando distraída, as mãos acomodadas, entrelaçadas, uma a outra.

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