sexta-feira, 25 de abril de 2014

Intenso



Demorei muito tempo para começar a ler o livro que estou lendo. Acredito que existe a hora certa para cada livro na minha vida. Aprendi que é melhor, ou mais prudente, não insistir. E nesse caso, a dor que o tema despertava em mim era tão difícil de aguentar que acabei deixando de lado por muito tempo.
O livro é sobre a morte, a morte de um amor. O texto é  real e verdadeiro. As palavras têm o poder de tocar todos os sentidos. É bonito e triste; e dói.
Preciso me corrigir, o livro fala da morte, mas percebo, a medida que avanço em suas páginas, que o livro é também, e sobretudo, a respeito da vida. A vida que segue, após a morte. A vida que precisa seguir, mesmo quando o amor não. Ver a vida deixar o corpo do seu amor, deve ser uma das experiências mais difíceis que um ser humano, que ama, pode passar. Mas, ver o corpo do seu amor, deixar a sua vida, também é. Perder um amor, seja ele para a morte, ou para vida, é sempre luto. Nunca mais tocar uma pessoa que se ama, seja pela morte, ou pela vida, também é.
Guardadas as devidas proporções, vida e morte, o fim é sempre o fim.
No caso da morte, não há outra escolha. A morte encerra e, fim.
No caso da vida, é a vida que encerra, e mesmo havendo a escolha, se faz e, fim.
Tenho pensando na morte, na vida, na casa que se deixa, nos planos de um futuro que se transformam em planos do passado. Tenho pensando no espaço, lugar, presença que amores ocupam na minha vida. Quando alguém que se ama, morre (mesmo vivendo), sempre se morre junto. Quem vive, é outra pessoa. Parece papo sem nexo, mas a morte (qualquer tipo de morte) não faz sentido. Nunca fez.
E acho que nunca fará.

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