terça-feira, 18 de novembro de 2008

Personagem.

Um dia eu fui criada, inventada mesmo, sou fruto da sua imaginação. Imaginação fértil capaz de criar idéias e teorias mirabolantes, capaz de me criar. E assim eu nasci, não tenho aniversário porque talvez eu sempre tenha existido ou nunca, então não se pode escolher um dia para ter nascido ou para nunca ter existido. O fato é que existo mesmo sem nunca ter colocado meus pés no seu mundo. Falando nisso, vamos a outro fato; não existe só o seu mundo. Mundos existem vários que é para ter algum sentido esse seu mundo. Entende? Que mundo seria esse que só ele mesmo existisse? Mas ... acabei fugindo do assunto, na verdade, do meu desabafo. O que é necessário para existir de fato e de direito? Eu respiro, eu sinto, eu vibro, eu suspiro, eu gozo e finalmente, eu penso. Penso, logo existo. Não é isso? Tem por ai tanta gente que nem pensa e diz existir. Hoje resolvi inverter a ordem, sempre é ela que fala por mim, ela que descreve o que vivo, o que sinto, enquanto eu sussurro no seu ouvido minhas palavras. Ela ficou esperando e eu, resignada, fiquei muda. Não disse nada. Aproveitei sua saída para eu mesma escrever, a mesma que ainda não colocou os pés no seu mundo, por enquanto bastam as palavras, minhas palavras.

12 comentários:

[P] disse...

Penso que este seu post muito tem a ver [e explica mais ainda algumas coisas] com aquele seu comentário que, atendendo a pedidos IMPERATIVOS, foi devidamente censurado, Clarice!

:)

Olha, muito me agrada a idéia de conversarmos, sabe? O que sugere? MSN, GTalk?

Beijos pra você.

Karin Filgueira disse...

Querida amiga,

Tem uma surpresinha com carinho pra vc lá no meu bloguinho!!!

Hj precisei fazer 5 posts num só, pois estava com indicações atrasadas. Então, sua surpresinha está num dos 5 últimos posts, tá? Por favor, dê uma olhadinha lá!

Com amor,

Karin Filgueira

Clarice disse...

[P], tudo a ver mesmo, depois de escrever aquele comentário devidamente censurado (desculpe se fui imperativa demais! rsrsrs)fiquei pensando na natureza dessa relação: personagem de si mesma e dai nasceu esse post, um tantinho autobiográfico.
Te mando um e-mail e assim começamos a conversar, o que acha?

Karin, obrigada pela surpresinha, já já vou lá buscá-la.

Anônimo disse...

oi, P, vc nem me conhece, mas eu creio que me encaixo direitinho no perfil traçado pela Clarice: sou uma personagem de mim mesma!! (rsrs) (quem riria assim, não fosse mais um personagem de si mesmo, pois não?? e quem entraria tão estranhamente num espaço alheio, causando estranhamento e constrangimento?)

e quem será que não é, em alguma medida, personagem, né não?
boa conversa entre vcs, por aí, então. Entre o claro e o escuro. O aberto e o fechado. O definido e o indefinido. A raiva e a solidariedade. Os ferrados e as patrícias. As mulheres de quatro e os homens de botas azuis. As bananas e os caroços. As borboletas sem asas e os bordados com fios de cabelo de andorinhas...
sei lá, duas mil coisas (rs rs).

fragmento de uma lembrança:

'Menina, não faça isso!'
'Por que não?'
'Porque vc vai se machucar e machucar seu irmão, ora!!'
'E se ainda assim eu quiser fazer?'
'Então eu vou 'mandar' que vc não faça...'
'Mandar??? eu, hein... gosto desse papo não. Vá mandar em outro, seo'
..............................

tb detesto os imperativos...
ainda agorinha tive vontade de
mostrar a alguém o qto soa horrível o imperativo...mas aí aparece alguém q, finalmente, me esclarece: 'tb é válido!!' e não é que é???? mas talvez fosse preferível o sarro, o sarcasmo, o nonsense, se calhar prefiro a mesmo a mentira, o blefe, o engodo, a confusão perpétua. Prefiro quem sabe começar tudo de novo, até saber pq alguém que nem sabia falar direito, nem mexer no mouse, conseguiu quebrar o meu nariz em 23 pedaços...

-- que saco esse papo.
-- pois é, coração. É por isso que estamos procurando o caminho para a reinstauração do caos.

Viajei
Deve ser a chuva
esse comentário está bom de
ser censurado! E como garota
boa em fazer 'pedidos imperativos', seja isso o que for,
diria:
-- 'só não deixa de censurar isso aí, se me faz favor'

beijos P
beijos Clarice
S.

Poeta Mauro Rocha disse...

Suas palavras bastam!!!Tenho dito.

Um abraço!!

R. disse...

Coisas malucas. Personagens dentro da gente mesmo... Tem quem chama de licença poética, de eu-lírico, tem quem chama de terapia, há quem diz que seja esquizofrenia. Não acho que seja nada disso. Sei lá, fico olhando pra janela, querendo entender...

Bjs!

Anônimo disse...

...dar nomes pra essas coisas é o melhor jeito de não pensar muito nelas, não é mesmo? chamar de esquizofrenia acho bacaninha... mas certamente há quem prefira chamar de procura. Outros de loucura, que rima com procura, outros de arte que, a essa altura, já não rima com porra nenhuma, né?

bjs!
Juju

Flávia disse...

Eu também fui personagem criada por mim, em nome de alguém... tive de reaprender a ser eu mesma, não fou fácil. Espero não esquecer de mim outra vez...

Beijos, moça!

Luisa disse...

avançamos com as palavras, nossas.

Laís disse...

"não existe só o seu mundo. Mundos existem vários que é para ter algum sentido esse seu mundo." Isso é para eu pensar a semana inteira! Nada tem sentido sem o seu inverso, sem aquilo que o difere ou o contrapõe; e, em alguns casos, o completa.

Saudades de vir aqui! Um grande beijo,
Laís

Ravnos disse...

Só não se deixe levar pelas ideias de seu outro eu, por vezes, podem ser perigosas..
[Risos]

Clara Mazini disse...

Nós existimos e deixamos existir nossos personagens porque acontecer é a beleza inevitável da vida. E que faça acontecer com belas palavras...