segunda-feira, 9 de novembro de 2009
Uma confissão, enquanto voltamos para ficar.
Andei ausente, mas se me perguntar onde fui, não saberei responder. Não estava aqui e tampouco sei onde estive. Escolhi o silêncio para morar por um tempo, confesso que é uma grande tentação continuar por lá, mas sei que ainda não posso. Não chegou a hora. Queria ter as palavras certas para explicar o que se passa aqui dentro. Pensei em partir, deixar esse espaço, porque era ela que falava e não eu, e por ser ela, eu podia falar o que bem entendesse, era libertador. Até o dia que resolvi reivindicar esse espaço para mim, eu é que queria falar, não mais ela. Mas ela não era eu? Não, não somos a mesma. E era esse o tênue equilíbrio que mantinha tudo funcionando. Percebo, agora, nesse exato momento que escrevo, que no meio do caminho me perdi, perdi a voz. E ela se calou. Não queria usar a minha voz, queria a dela de volta. Ela é uma porção muito preciosa, matá-la é matar o que me salva. Ela é o caixa dois, o lado B, o heterônimo. Preciso disso como preciso do ar que respiro.
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3 comentários:
welcome back, darling!
Senti falta de Clarice, mas também de você. Esse espaço foi construido em conjunto, uma pitadinha de uma, 1k da outra... mas sempre com muita poesia e sensibilidade, o que ambas tem de sobra.
Saiba que vinha aqui todos as manhãs para trazer um pouquinho de você para mais perto. E pode acreditar que dava certo, podia ouvir você falando... e assim parecia que essa distância que nos separa não era tão grande. Continue com a gente e aos poucos você vai descobrir uma receita especial na qual lado A e lado B possam tocar juntos a mesma melodia. Sinto sua falta e hoje mais do que nunca! Muito amor, Bi
metades da mesma pessoa.
uma começa uma frase e a outra termina.
uma pensa a outra escreve.
uma guia a outra desliza.
uma freia a outra avança.
meio id e meio superego.
são, essencialmente, partes do todo.
não lute nem resista, sinta.
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