segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Carta para bem perto, mesmo que não.

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Faz frio, choveu. E a chuva, apesar de boa, dói. Provando que nem sempre o que dói é ruim, mas é também. Sim, estou confusa. Confusa como os pensamentos que insistem em povoar meu ser. Penso em fragmentos, e alguns pensamentos mais ousados me tiram o fôlego e me fazem perder o foco. Mas ai eu sinto os pingos. Não sei ainda se essa viagem foi uma boa ideia, você partiu, eu parti, o que ficou? Eu sei que tínhamos um acordo, mas não posso cumpri-lo, simplesmente, não posso. Porque viola o que há de mais verdadeiro no que sou. E da verdade eu não posso abir mão. Não em você. Queria só que você soubesse, não vou me ater a fatos, mas queria que você soubesse que aqui, onde bate, ainda dói. Mas não é uma dor ruim, não é, porque chove. Eu sei, não faz sentido, mas mesmo assim eu queria dizer, sem fazer mesmo. Porque é. Não faz. Queria ficar perto, mesmo partindo, mas sei que estou, porque vivo ai. Sente? Sente que só respiro quando seu ar chega até nós. Sente? Sente o ritmo que bate meu coração? Sente quando bate descompassado, sente? Não, acho que não pode a distância, porque não há. Eu sei, talvez não possa me ler, porque são as palavras que dizem, não eu. É, eu não sei também, mas pode.
Fique bem, eu sei que ficaremos.
sua
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4 comentários:

Gabi Silveira disse...

A chuva, tal qual a correnteza do rio, é ótima para desbridar feridas. Desbride, deixa lavar, deixa passar. Inevitável, ¨o amor é o corte e a cicatriz¨.

Poeta Mauro Rocha disse...

Tão longe e tão peto.

Beijos!!

ઇઉ ઇઉ disse...

Dor de amor, chuva gelada,palavras sem nexo, assim é a vida!Gostei da maneira que escreve ,vou voltar sempre! Abraços.

Anônimo disse...

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