terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Meu Cruzeiro do Sul

Morei dos 3 aos 17 anos na mesma casa, na minha casa. Me lembro de olhar pra céu (na minha terra tem o céu mais lindo do mundo) e ver ao fundo o Cruzeiro do Sul, era uma referência muito forte. Cresci nessa casa, andei de bicicleta, pulei amarelinha, aprendi a nadar, plantei minha primeira árvore [aos quinze anos, meu pai me deu de presente um pessegueiro e nós plantamos juntos] o primeiro beijo, namorar no portão, muitas primeiras coisas aconteceram nessa casa ... Aos 17 anos vim para cá, fazer faculdade, mas ainda tinha a minha casa nas férias. E aqui, quando a saudade apertava eu olhava pro céu procurando o Cruzeiro do Sul, (nas raras noites estreladas eu achava!) e nesse momento eu sabia onde deveria ir, onde ficava a minha casa e sobretudo, sabia como me sentir em casa, mesmo longe. Isso se repetiu muitas vezes. Quando eu escolhia um caminho errado e me perdia, sabia onde encontrar meu lar. Meus pais mudaram de lá, mas aquela casa é ainda a maior tradução de lar para mim. Ontem eu fiz meu próprio Cruzeiro do Sul (uma tatoo!) e agora, ir para casa, ficou muito mais fácil.

4 comentários:

Ivan disse...

A terra joga tanta luz artificial para o alto que atrapalha a luz que vem do céu. Quando eu era pequeno o céu parecia mais baixo, dava a impressão que estava logo ali. A luz artificial afastou o céu da gente. Boa idéia colocar estrelas na pele, Clarice. Eu gostaria de sentir o céu na minha boca, mas deve doer pacas uma tatoagem nela. Por enquanto, vou ver o céu na minha cabeça. rss

Ivan.

Noh Gomes disse...

Voltar para casa, é lindo.

Beijo minha linda Janela

Jr. disse...

aquela casa agora está dentro de você! belas lembranças

Clarice disse...

Ivan, adoro essa imagem de estrelas no céu da boca, mas deve doer mesmo, as estrelinhas não doeram, mas a borboleta no pulso, doeu para caralho! (risos!)

Noh, voltar para casa é sempre bom mesmo.

Jr, bom tê-lo aqui, fico feliz por saber que você me lê, de rocha! Ai se aquela casa falasse - segredo: comigo ela fala! (risos)