segunda-feira, 22 de março de 2010

Mesmo assim, mesmo querendo, mesmo precisando ...

Ela sempre tinha o que dizer, sempre. E quando não tinha, inventava. Adorava inventar histórias e defender pontos de vista que não eram os seus, só pelo prazer de defender alguma coisa. Mas lá dentro, onde ninguém via, onde ela não deixava ninguém se aproximar, havia silêncio. O seu próprio silêncio era sagrado. Só ela mesma sabia o que se passava por dentro. Não que ela não quisesse mostrar, simplesmente não conseguia. Foram anos e anos, vidas e vidas fazendo assim, agora não sabia como fazer diferente, mesmo querendo, mesmo precisando. Mesmo.

4 comentários:

Anônimo disse...

Só quem te conhece sabe olhar e te ver, mesmo o que você não mostra, mesmo o que você esconde. Eu vejo....

Gabi Silveira disse...

Certa vez eu li em algum lugar:

¨Palavra dá forma, mas também deforma. Nem sempre dá conta do vasto que há em certas coisas.¨

Esse é o tipo de silêncio que deveria ser aconchegante.

Ivan disse...

Eu sabia que você inventava! Ha!

Clarice disse...

Gabi, que lindo isso ... mesmo amando as palavras tenho que concordar, nem sempre a palavra dá conta ...

Ivan, só ficou sabendo porque eu contei! Rsrsrs