quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Ser ou não ser (um chichê), eis a questão.

Ela não gostava de ocupar o lugar comum, não se julgava especial, só não gostava de estar, ser, sentir, viver como a média das pessoas. Não que a média fosse ruim, seria até bom estar na multidão, mas o fato é que ela não se encaixava lá. A verdade, então, é que ela, apesar de muitas vezes querer, não cabia no lugar comum. E por não caber teve que buscar caminhos alternativos e gostou deles. Era onde se sentia em casa, podia ser ela mesma. Passou tanto tempo buscando-se que agora, nesse exato momento, reduzir-se a um clichê seria uma heresia e, pior, algo dentro dela, que lhe era caro e precioso, morreria. Era impossível viver, ser fiel a ela mesma e ainda vestir a roupa do clichê. Mas sabia, e sabia disso tão profundamente que até dava um aperto no coração, que tudo seria muito mais fácil se ela se resolvesse pelo clichê ... Mas também sabia, e ria disso por saber, que nunca havia escolhido um caminho fácil.

5 comentários:

NiNah disse...

Mais minha linda todos somos clichês...mesmo que em algum momento da vida. Bom, não.
Beijas

Poeta Mauro Rocha disse...

Boa essa pergunta.Hummm deixe-me ver...ser clichê então!

Um abraço!!

Anônimo disse...

Poetinha, eh impossivel deixar de ser cliche permanentemente em nossas vidas. eu diria ate que pensar em nao ser, ja eh uma forma de ser...
bj.
w.

João Romova disse...

Não há fuga. Não completamente.

Até o "não ser clichê" já está se tornando algo clichê...

bjos mil!

Clarice disse...

Ninah, acho que você tem toda razão, o jeito é não ter preconceitos, e isso já é um baita de um clichê, não é?

Poeta, pergunta muito séria: ser clichê não carece de poesia?

W, querido do meu coração, é talvez não tenha como fugir disso ...

João, saudade de vê-lo por aqui! É acho que o clichê está na moda, ser ou não ser não é mais a questão.