quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Carta

À você,



Deixei para enviar a despedida um dia antes de partir, não só porque nunca é fácil de despedir, mas principalmente porque sabia que você só receberia quando fosse algo consumado. Não sei se você tentaria me impedir ou se ficaria em silêncio, não gosto de nenhuma das alternativas, por isso parto assim mesmo.


não havia outra alternativa, fiquei muito tempo em terra firme, e a solidez da terra e das pessoas me faz mal, preciso navegar, uma ilha a procura de outras ilhas. Você bem sabe que há no mundo muitas ilhas desconhecidas, há mais ainda pessoas porntas para lançar-se ao mar e conhecê-las. E isso é um alto, às ilhas que precisam ser conhecidas para tornarem-se ilhas, realizadas em sua condição, porque dizem que somos o que somos porque há alguém que nos vê. Somos como os átomos que teimam em se comportar diferente quando não há ninguém olhando. O olhar interfere, sempre.


Se eu ficasse, morreria, disso tenho certeza. Ela preferiu que eu partisse e eu também, acrediamos no livre-arbitrio e nas escolhas que fazemos, somos sempre responsáveis, sempre. Até pelas não escolhas. Não ir, não fazer, não dizer, também são escolhas, só que inversas.


Fui feliz, muito feliz enquanto estive em terra. Muito feliz em ter bons amigos, mesmo que

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