terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Linguagem das fotos, dos corpos e das bocas.

Mandei um e-mail para um amigo dizendo que estava com saudades e recebi uma foto como resposta. Há algum tempo li "O Corpo Fala" com o intuito de aprender um pouco sobre a linguagem corporal, o que as pessoas realmente querem dizer, mesmo quando não dizem, o corpo diz. Mas no caso da foto como resposta, confesso que o livro pouco me ajudou, não falava nada sobre a linguagem das fotos. Fiquei imaginando o que meu amigo quis dizer com a foto: "Estou bem, feliz, gordo e realizado. Viajando com minha esposa pelos rios da vida." Ou ainda: "Não tenho tempo para responder seu e-mail". Fiquei olhando a foto e tentado imaginar o que as palavras não ditas queriam dizer. Em vão. Respondi com outra foto. E fim.
Essa história me fez pensar em outra estória. Não sou observadora. Conheci uma pessoa esse ano (assim, pessoalmente!) e passei três horas conversando (com a luz do sol) e sou incapaz de dizer que roupa essa pessoa estava usando. A verdade é que o corpo não conseguiu me dizer nada, uma vez que não observei corpo algum, o diálogo se resumiu às bocas (aliás, era uma boca linda!). Devo admitir que gosto mesmo é de ouvir o que as bocas tem a dizer, mesmo quando não dizem.

5 comentários:

Anônimo disse...

o corpo pode até falar, mas a boca fala mais e melhor.

Ju Haghverdian disse...

hehehe interessante, o que será mesmo que ele quis dizer... "saudade? então contente-se com minha foto" ou coisa assim?

Outro dia fiz um post quase sobre isso mas era mais como uma reclamação sobre essa onde de iphone, blackberry, smartphones em geral... vejo tantas pessoas sentadas em frente as outras fingindo socializar enquanto checam e-mails, batem papo por mensagens via celular... chamaria isso de deslinguagem dos corpos e das bocas... não é estranho?

e concordo plenamente, delícia mesmo é bater papo cara-a-cara, olho no olho, voz na voz... ai, ai palavras, que estranha potência a vossa, como diz Cecília...

João Romova disse...

Sou mais "além". Ouço, analiso, anoto, rio por dentro. Mas amo o silêncio e, por isso, ouço o corpo, querendo ou não. A fala é mais intencional, é diretiva. Prefiro o não-dito... talvez por isso que eu ame tanto fotos.

Anônimo disse...

Ah, Clarice!

Você me soou tão injusta! rs
Eu há poucos dias publiquei um post em que eu chorava as pitangas por sentir saudades de abrir um envelope com uma cartinha dentro. Mas, alto lá, acho que eu estou sendo injusto. Por alguns instantes achei que seu amigo havia lhe enviado a foto pelo correio... rsss Agora sim entendo sua insatisfação com a foto. Faz TODO sentido.
Quanto à linguagem corporal, eu tenho uma certa antipatia com o absolutismo que aplicam às técnicas. Aliás, isso me deixa um pouco nervoso à frente de alguém que se utiliza de tal conhecimento. Já me deixa com as mãos mais agitadas que o normal... rsss
E olha que eu estava pensando em convidá-la pra bater papo. Ha!

Uma beijoca.

Ivan.

Noh Gomes disse...

Prefiro as bocas, as palavras e os sorrisos.

E como prefiro.
bjo