segunda-feira, 13 de julho de 2009

Manifesto em Defesa do Mundo - Parte 2

[Aquela não tinha sido uma experiência fácil, em meio a meia dúzias de palavras ditas, duas dúzias por dizer. Além dos gestos feitos, uma série de gestos contidos. Percebeu-se triste, fora contagiada pela tristeza que emanava de seu amigo? Ou aquela tristeza era sua mesma? Estava de fato triste, triste e cansada, sem nem ao menos entender o porquê ... Passou a noite sem dormir, elaborando um Manifesto em Defesa do Mundo. Imaginou-se discursando enquanto a névoa que encobria seu amigo se dissipava ... Ela diria: - O Mundo é esse lugar imperfeito, mas perfeitamente viável. Onde algumas pessoas fazem diferença, simplesmente porque resolvem fazer algo. É esse lugar onde há amor, doação e fé. Um lugar meio mágico onde corpos emanam um campo eletromagnético que interagem entre sim, complementando-se, alinhando-se, apaixonando-se. O Mundo é esse lugar onde há rio, céu estrelado, arco-iris, primavera, beijo na boca, cachaça, Manuel Bandeira, Vinicius de Moraes, Clarice Lispector e Kafka. Chocolate, orgasmo, estrela-do-mar, pó de arroz, laranjeiras, abraço, amigos, mesa de bar. Madre Tereza, Gandhi e Garrincha ... isso tudo no mesmo mundo. E ela diria muito mais ...argumentos elaborados que misturavam física quântica com poesia orgânica, história da humanidade com contos infantis. Mitos gregos com jogadores de futebol na final da Libertadores da América ... Mas ... ela não teve a oportunidade de dizer ... ainda!]

Um comentário:

Poeta Mauro Rocha disse...

Mas vai dizer,certo?

Um abraço!!