quarta-feira, 10 de setembro de 2008

Do Baú II

O homem caminhava pensativo pelas ruas da cidade, já não tinha tanta certeza. Às vezes era assim mesmo, acordava com toda a certeza do mundo e de repente sentia aquela sensação ... será que tem sentido? Será que tudo isso - um dia - vai fazer sentido? A certeza já não era tão certa, já era quase uma incerteza, quase uma dor, dor de não saber.
No meio desses pensamentos o gato sorriu.
Ele sorria porque tinha a resposta? Ou porque a resposta não existia?
O homem não resistiu, e na esquina, próximo ao beco dos gatos, rendeu-se a sabedoria do felino.

(foto Cartier Bresson)

P.S. uma brincadeira que achei ao visitar palavras antigas.

2 comentários:

Andre Bodowski disse...

Esta coisa de um dia se ter certeza, e de repente perder a certeza, é um sinal de depressão. Ou de ansiedade.

Poeta Mauro Rocha disse...

Esse texto me lembrou uma música do Zé Ramalho, "Beira-mar". " Eu entendo a noite como um oceano que banha de sombras um mundo de sol"

Ótimo texto.

Um abraço!!