sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Inédito

Ela olhou pela janela. Os carros passavam como naquelas fotos em que se vê a luz e seus contornos, mas não o carro em si. Como se os carros fossem borrões de luz. Luz branca, luz vermelha. Indo. Vindo. E ela ali, parada, olhando, sem ver. E os pensamentos correndo, deixando também borrões de luzes, multicoloridas. Ela não se fixava em nenhum pensamento, deixava-os flutuando, podiam ir e vir. Ela não queria ordená-los. A ordem era essa: não há ordem. E isso era inédito.

5 comentários:

Luisa disse...

ai ai
isso sempre foi a 'regra' pra mim
me perder entre luzes
-
sem ordem

beijo

Poeta Mauro Rocha disse...

"Me organizando eu posso desorganizar" Chico Science & Nação Zumbi.

Ótimo!!


um abraço!!

Clarice disse...

Luisa, que delícia de regra, pra mim nunca é fácil. bjs

Poeta, desorganizar é a nova ordem! (risos). beijos

Isabel Furini disse...

Com um estilo próprio você arrasta o leitor e o faz refletir. Parabéns!

Anônimo disse...

Que delícia de estória... adorei! E vamos seguindo a pena da escritora esperando e desejando que a estória não acabe, não acabe, acabou.
W.Allen