quinta-feira, 21 de agosto de 2008

Sentir

Não dava mais para inventar, dessa vez tinha que ser de verdade, apesar de achar têneu o fio que separa a realidade do sonho, o concreto da inventividade. Ainda mais para mentes como a dela, tão treinadas para a inventividade, criatividade era com ela. Agora era diferente, precisava ser palpável, materializado, concretizado. Palavras duras, contrárias a sua essência. Ela era bruma, névoa, matéria dos sonhos, dos pensamentos. Contraditória, achava-se tão concreta como qualquer outra pessoa feita de matéria de gente. Andava, respirava, desejava. Por muito tempo achou que isso seria o sufuciente para transformá-la, mas não era. Precisava de mais. Pedra, cal, tijolo, cimento, areia. Não de seus castelos, não a que seus pés tocavam agora. Precisava de pele, toque, tato. Precisava sentir. Era exatamente isso que buscava.

2 comentários:

Poeta Mauro Rocha disse...

Sentimentos, sentimentos e o momento...

Adoro teus textos!!!

Um abraço!!

Clarice disse...

Poeta, e bota sentimentos nisso (risos!) Fico muito feliz em saber que gosta do que escrevo. Abraço.