sexta-feira, 22 de agosto de 2008

Carta do Exílio II

Queria que você soubesse que não estou mais na ilha, resolvi navegar por ai e acabei aportando em terras novas. Caminhei por alguns dias, até que cheguei ao pé de uma montanha, não resisti a ela, como poderia resistir? A partir de agora envie suas cartas para endereço novo que está no envelope. Falando nisso, sinto informar que suas cartas nunca chegaram. Uma pena palavras como as suas se perderem pelos mares, fica o consolo do sentimento sempre ter me alcançado, mesmo que em silêncio. Ainda bem que conservo comigo todas as cartas anteriores ao exílio, em ocasiões especiais ainda posso relê-las. Se você as tiver, faça o mesmo um dia, talvez em uma terça-feira nublada às 15 horas ou em um domingo de primavera. Seja Valente ao visitá-las e me mande sua impressão. Bom saber que as palavras ficam, mesmo quando os caminhos mudam.
Gosto tanto dos ares da montanha que pretendo ficar por aqui por mais algum tempo, tenho certeza que dessa vez, apesar da distância, suas palavras poderão me achar. Não deixe de tentar.
da sua doce Clarice.

P.S. notícias de quando cheguei a Ilha Desconhecida.

3 comentários:

Vanuza Pantaleão disse...

Em não chegando as palavras, o pensamento, por certo, chegará!
Domingo Bom, Clarice!

Poeta Mauro Rocha disse...

Bonito, como sempre!!

Gostaria de dizer que fico muito feliz por todos que comentam ou já comentaram ou até os que tiveram a intenção de comentar meus poemas, e de dizer que o poema "Veste" é o último aqui apresentado, pois como no poema, estou precisando vestir minha alma, admiro a todos que estão nos meus favoritos, pois são pessoas que fazem um trabalho bacana, bonito e gostam de coisas boas, pessoas especiais pelo simples existir.Quero pedir desculpas se em algum momento fui rude ou desrespeitoso.Quero que todos saibam que aprendo e aprendi muito com o que todos fazem e tenho ainda muito a aprender.Saio de cena hoje, para quem sabe voltar amanhã.Muito obrigado, obrigado de coração!!

Poeta Mauro Rocha

Clarice disse...

Vanuza, ainda bem que temos esse alento ...
Terça-feira boa, ensolarada, céu de um azul profundo. Beijos e obrigada pela visita.

Poeta, sem palavras ... tristeza.