segunda-feira, 13 de abril de 2009

Eu sou.

E ela sabia, a certeza era tão grande que doía, e a dor se unia à outra, mas antiga, arraigada.
Ela já não era a mesma, a trégua terminara. Por quanto tempo pode-se fazer dormir as feras? Por quanto tempo pode-se negar a vida? E o que era essa vida, afinal?
Foram as escolhas, os caminhos. E por um tempo deu certo. Ela não imaginou que os acordos expiariam.
E agora, atônita, sentia. Sentia tudo que se negou sentir. Quanto mais seu corpo suportaria? Estava exausta do esforço intenso, tentava renegociar os prazos, mas não tinha certeza. E a falta de certeza era sua maior fraqueza e paradoxalmente, o maior trunfo.
Ela equilibrava-se dentro de si mesma. E a luta, a trégua, as negociações, os pactos, a entrega, os vencedores e perdedores estavam todos ali, no espaço limitado e ao mesmo tempo infinito; do ser.
Ela dizia: - eu sou.
E era.
E é.

(para sempre)

9 comentários:

Ju Haghverdian disse...

Huuuum, primeira vez por aqui, vim expiar na tua janela.
Amei os textos... "coisas que comecam pelo fim" me fez lembrar um momento parecido. =X

Boa semana

Poeta Mauro Rocha disse...

Saber o que é, é importante para saber que para sempre será, pois o importante é a essência infinita do ser.

Beijos!!

Luciana Andrade disse...

Esse texto me disse tanta coisa...Me faço quase sempre as mesmas perguntas!
Boa semana!

[P] disse...

É um complô, não é? Pode falar, estou preparada! Parece que todos combinaram de escrever coisas que dizem MUITO, direcionadas especificamente a mim...

Fiz escolhas. Optei por me reguardar, achando que estaria me protegendo. Quão boba eu fui, porque me privei de viver certas coisas e agora vivo numa montanha-russa de sentimentos, também tentando "renegociar prazos", ser forte, me manter firme, tomar outras decisões. Queria que tudo não fosse tão complicado... acho que vou ali, comer uma barra de chocolate pra ver se isso melhora.

*fim do momento-desabafo no blog da Clarice*

Um beijo!

R. disse...

O existencialismo inerente a todos nós? É aquele momento em frente ao espelho que vem a pergunta: sou? Somos, certeza.

Somos?!?

:P

Quanto aos bastidores, não, não tem roteiro. Ela não sabe o que vai vir, e vice-versa. Ela entrou no dia que redigiu a carta... E vamos ver no que vai dar!

E não se preocupa, você nunca invade. Só acrescenta.

Bjs!

Blog Dri Viaro disse...

Passando pra conhecer!!
Bjs otimo final de semana

Clarice disse...

Ju, seja bem vinda e volte sempre, estive no seu blog e gostei muito.

Poeta, eu gosto do infinito.

Lu, o dia que vc achar as resposta por favor, divida comigo! (risos!)

[P], chocolate sempre ajuda, mas lembre-se que no fim dá tudo certo, eu acredito mesmo nisso.

R, adorei a idéia, e definitivamente sou sua leitora.

Dri, seja bem vinda e volte sempre.

Ricardo Esteves disse...

Jus believe x)
e vc será.. Napoleão num era um baixinho fracote ??
hehehe
eu gosto de pensar nisso, no poder da mente , do que as pessoas acreditam que elas são, no que elas se tornam acreditando ou não em si mesmas..a virtude disse um professor meu um dia, não é uma caractéristica inata sua.. só se torna virtude aquilo que vc se tornou aquilo que vc quis virar!
gosteii o/

Clarice disse...

Ricardo, ah! o poder da mente ... que venha! (risos!)