sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Quando não há definição possível

Como definir? Talvez realmente não houvesse definição possível. Ela sempre achou que em alguns casos, raríssimos casos, as palavras não bastariam. E diante dele, calou-se, não iria desperdiçar mais nada, nem suspiros, nem teorias, muitos menos palavras. Estancou. O coração batia descompassado. Será que ele conseguia ouvir as batidas do seu coração? Olhou para ele tentando encontrar um vestígio, qualquer sinal serviria de que ele estava ali, de que ele podia ouvir. Mas não achou. Ela sabia, mas não dizia, não iria dizer mais nada. Ele sabia, mas também não diria. E restava, naquele breve momento em que tocavam o infinito, o silêncio da cumplicidade. E isso, bastou.

4 comentários:

Poeta Mauro Rocha disse...

O silêncio como cumplice, para que definição, só mesmo o descompasso do coração.

Um ótimo fim de semana.

[P] disse...

LINDO, Clarice!

Silêncios traduzem muita coisa, para quem sabe interpretá-los...

Beijo pra ti.

Flávia disse...

Há momentos em que tudo que precisa ser dito está nos olhos. O mundo fica inteiro em suspenso. Só os olhos falam, enquanto todo o resto silencia. É nesse momento que as almas se encontram... e que a cumplicidade se faz presente. Isso sim, basta.

E vc tem razão, ser intenso dói um tantão... mas o ocntrário deve doer mais. Não sei, não quero saber e não tenh raiva de quem sabe, contanto que não me ensine, rs :)

E ó, corrigi o link da crônica.

Beijos!

Toni disse...

É lindo isso! Poucas pessoas têm a sensibilidade de entender a cumplicidade do silêncio...

Belo blog!