quinta-feira, 16 de outubro de 2008
Nas palavras ...
Explícita era como ela se mostrava, não tinha pudor, era capaz de despir-se e nua exibir-se. Nas palavras podia encontrar-se e finalmente ser. Não precisava de máscaras, roupas, formas e rótulos. Podia simplesmente ser ela mesma. E isso era encantador. Nua em meio as palavras. O mundo lá fora não importava, nem os grandes olhos que a fitavam inquisidores, só ela podia tocar-se, estava protegida. Nua caminhava por suas páginas, algumas palavras traziam asas e então ela voava. Outras a levavam para o mundo dos sonhos e ela sonhava. As palavras mais ternas e faziam suspirar, guardava as palavras mais secretas para ouvir em sussurros. Algumas palavras podiam levá-la ao delírio, arrepios, gozo. Gostava especialmente dessas. Nas palavras ela não se escondia, permanecia explicitamente à mostra. Sirva-se, ousava. Sorria irônica por se saber intocável.
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5 comentários:
Hum... Um diário, um blog, um livro...?
Seria ela Anaïs Nin?
"Sorria irônica por se saber intocável". Ah, eu já me senti exatamente assim. Eis o poder que algumas palavras bem colocadas possuem...
Beijos, Clarice.
As palavras são a mais devastadora nudez de um ser humano, ao mesmo tempo que são seu mais delicado agasalho...
Linda essa dualidade, né?
Beijos, moça das janelas :)
R, welcome back, que bom que voltou. Decifra-me ... ou eu te devorarei (risos!!).
Poeta, sinceramente, nem eu sei ... (risos!)
[P], e viva o poder da palavra! (lógico usado para o bem (risos!!), mas mesmo se não for, ela é intocável!
Flávia, disse tudo e disse com poesia. Adorei seu comentário, adorei vestir suas palavras. Volte sempre.
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