quinta-feira, 12 de junho de 2008

Enfim

E no descompasso, ela finalmente encontrou seu passo, piscou repetidas vezes, menina dos olhos, olhos de estrela, pupila de luz. Ela não andava, não havia mais peso, não havia mais corpo, ela flutuava e ria. Quantas vezes perdeu-se entrelaçada na busca pela perfeição, a perfeição do compasso, do ritmo. Mas o segredo não estava lá, na verdade nem havia um segredo, tudo se resumia ao acaso, uma brecha no tempo e no espaço, o tempo da vírgula, não mais que isso, não menos que isso. Um acaso tão preciso que é impossível medir, quantificar, definir. Na euforia da busca, a fuga, na nostalgia na ida, a volta, no segundo da perdição, o encontro. Enfim, sentido.

Um comentário:

Poeta Mauro Rocha disse...

É no descompasso da vida que a vida faz sentido.

Um abraço e um ótimo fim de semana.


MAURO ROCHA