sexta-feira, 12 de julho de 2013

De ponto em ponto, chego a outro ponto ...

Sinto saudades daquele olhar que me via como se eu fosse, mesmo quando eu não era. Sinto saudades do abraço que aceitava o que eu era, mesmo quando eu não. Sinto falta do beijo que alcançava as estrelas do céu da boca e me mostrava o caminho que eu não conhecia. Sinto saudades das palavras doces, sussurradas, não ditas, insinuadas, escritas no ar, no espelho, no papelão, no e-mail, nas cartas, bilhetes, torpedos, na pele, no corpo, na alma. Sinto saudades do amor que foi o amor mais bonito, mais completo, mais verdadeiro, mais de amor que eu já tive, vi, vivi, sobrevivi. 
Uma pena o amor não aguentar o desamor, a dor, a magoa, a falta do próprio amor...

"Amor, então,
também, acaba?
Não, que eu saiba.
O que eu sei
é que se transforma
numa matéria-prima
que a vida se encarrega
de transformar em raiva.
Ou em rima."


"Mandei a palavra rimar,
ela não me obedeceu.
   Falou em mar, em céu, em rosa,
em grego, em silêncio, em prosa.
   Parecia fora de si,
a sílaba silenciosa."

De ponto em ponto, chego a outro ponto ...

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