segunda-feira, 27 de setembro de 2010

De novo, o sentido.

Ela passou o fim de semana imersa em um céu profundamente nublado, mas acordou com o sol brilhando. Prova de que aquela máxima que o sol sempre está lá, é verdadeira. Mesmo quando a gente não vê, o sol está lá. Ela sorria satisfeita por perceber que esses dias de sombra ajudaram-na a ver. Como naquelas experiências de quase-morte que a pessoa vê a si mesma de outra perspectiva. Analisando melhor, ela sabia que tinha morrido um pouco nos últimos dias, foi uma experiência de umpouco-morte. Ela se viu por outros olhos, olhos claros de clareza. Subitamente entendeu. E até a tristeza fez sentido, porque fazia parte do que entendia. E tudo o que sentia fez sentido, porque eram olhos novos de se ver. E o sentido fez sentido, porque agora ela sabia. A magoa não existia mais, nem as dúvidas pairavam no ar. Ela percebeu que andava perdida, passou um tempo andando sem direção. Mas não foi tempo perdido, foi o tempo necessário para andar perdida sem direção. As palavras brincavam com ela, porque eram mais que palavras, eram o sentido. Não mais perdido. Mas ali, bem na sua frente, fazendo sentido.

Um comentário:

Ivan disse...

Ela fez tudo certo, e aproveitou a lição que diz que o grão precisa morrer pra poder germinar. Se ela correr para os braços do amor, vai ficar tudo ainda mais perfeito.

Beijo.

Ivan.