O ar não entrava, ela precisava sair. Já não respirava, sabia que bastavam poucos passos, a porta estava logo ali, ela podia ver luz, mas ela não conseguia. Poucos passos, talvez três bem largos, mas ela não saia do lugar. Sentia-se ancorada, não havia dor, nem pesar, nem lágrimas, havia só a resignação. E essa crescia e respirava com ela o pouco ar que restava. Lembrou-se do Sonho de Akira, sentiu-se no sonho. Não havia a neve, havia a descoberta tardia de estar perto e ainda assim não chegar. Nunca pôde dizer por quanto tempo ficou ali, estática, perdida, sem ar. Poderia ter sido 1 minuto ou uma vida. Tanto fazia.
A luz que ela via pela fresta da porta falhou, havia um vulto e ele caminhava, passos largos em sua direção. A luz quase se foi no exato momento em que a porta se abriu. Ar fresco. Respirou. Os olhos demoraram um pouco para acostumar com a luz, era uma luz leve de fim de dia.
Ela foi ... salva.
2 comentários:
lendo seus textos e seu blog por completo, todos se salvam...
BJS
Um ótimo fim de semana
Poeta, não poderia desejar mais que isso. beijos
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