O tempo se conta como? Mississipis? Dias? Meses? Anos? Séculos? Vidas? Já não sei. Tenho a nítida impressão que nos últimos dias (ou será que foram anos?) o tempo parou. Ou mudou. Passei a contar pelo número de palavras não ditas e guardadas para dizer depois. Ou pelo número de vezes que acessei faminta suas palavras. Já nem sei que dia é hoje. Nem sei se quero saber. O dia de hoje não me interessa, vivo no amanhã. Tenho um cofrinho onde deposito, como moedas de ouro, as palavras que vou dizer. É um cofre alado. Adoro o Icloud, acho lindo guardar segredos nas nuvens. Adoro ter poesia. Até em tecnologia há poesia. Não há? Meu cofre? Nas nuvens. Eu? Por ai, contando o tempo. Faminta que ando.
Basta apagar a luz, na hora de dormir, e imediatamente dois vagalumes aparecem no meu quarto, um par, dois seres alados, verde-vagalume que é verde especifico, feito olhos que me observam, olhos que sei que estão abertos, mesmo àquela hora, mesmo a qualquer hora. Eu? Por aqui, contando o tempo. Faminta que ando.
E choveu. Fingi que não vi, aliás, tenho chovido tanto, por todos os lugares que ando, faminta, contanto o tempo, chovo.
Então, o tempo? Não se conta. Eu? Faminta que ando.
2 comentários:
olá. acho incrível o tempo. e digo mais, o tempo faz muito bem para você e sua qualidade literária.
a gente conhece tanta gente pela www que nem temos como contar quantas são.
mas fico feliz em ver que por aqui o tempo é um aliado das palavras.
o tempo vai passando e as suas palavras vão crescendo, o seu texto vai se aperfeiçoando e você continua escrevendo coisas GRANDES.
sorte e luz, sempre.
Nossa, Afoborio, palavras tão boas as suas! Obrigada mesmo! Vieram em boa hora.
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