Olha a ironia ... quanto mais verdade derramava por ai, mais ela mentia. Há uns meses quis a qualquer preço encontrar sua própria verdade, entrou numas de achar que devia sua verdade às pessoas. Nessa mesma época achava que se não fosse sua verdade integral, não seria nada. E nessa busca gastou tempo, energia e palavras, todas vãs. Chegou a dizer com sinceridade: - fui o mais verdadeira que consegui. Só percebeu ontem, o mais verdadeira que conseguiu era pouco, pouquíssimo. Em sua defesa devo acrescentar que até ela mesma acreditou. Ela é muito convincente, persuasiva mesmo, consegue convencer qualquer pessoa do que quiser. Sabe que tem esse poder e o usa a seu bel prazer. Ela realmente não se importa. Achava que se importava, mas percebeu que mentia. E agora é essa verdade que ela tem para dar, a maior de todas as verdades é a sua mentira. Mas, percebe aliviada que confessar que mente é a maior forma de ser verdadeira, caminhos tortos a levam adiante. Andou sumida de si mesma, errou o alvo, deu importância a quem não merecia, disse meias verdades e mentiras inteiras, mas todas sem intenção. Talvez isso a redima, talvez não, mas a verdade mesmo ... é que ela não se importa.
"A gente só mente para dizer a maior verdade" li isso na Velha Casa e essa verdade ficou ecoando dentro de mim ... até explodir nessa grande mentira ou grande verdade, nem sei mais.
4 comentários:
cadência boa a do texto.
Verdade ou mentira, está ótimo!!
BJS
Jow, seja bem vindo e volte sempre!
Poeta, me perdi nessa história de verdade e mentira ... alguma coisa deve fazer sentido...
Clarice,
A intenção de deixar transparecer a verdade, mesmo que ela ainda de nós saia de forma maculada, pouca como você bem disse, ela é uma das mais nobres e raras de hoje em dia. Reconhecer que nossa verdade está aquém do que para nós é o ideal é um passo muito adiante que damos frente à mesmice (e a chatice) que muita gente regurgita hoje.
Sempre bom ler você. A casa lá tá sempre aberta.
Beijo!
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