"É desconcertante rever - ver, viver, pegar, tocar- um grande amor".
E, é ???
sexta-feira, 31 de julho de 2009
Novo tempo.
Ela percebeu alarmada que faltava algo, algo importante, que por algum motivo que não conseguia entender, deixou faltar. Sabia que não tinha sido intencional, substituiu a descrença por um sentimento de praticidade moderno e o pragmatismo veio com o tempo. Ela deixou ele entrar, deu a sua permissão, sorrateiro, se instalou.
O que faltava era o amor, o amor como energia ... que mobiliza, que traz ar fresco ... Mas como pode o amor arejar se ela deixou que a descrença fizesse morada? O amor que faltava não era aquele do cotidiano ... todo dia ela faz tudo sempre igual ... esse, ela tinha. Achou que fosse suficiente, até entender que vivia um tempo de enganos. Meus Deus, como tenho me enganado ultimamente, disse em voz alta para si mesma lembrando-se de Rubem Bragra "Ultimamente tem se passado muitas anos.
O tempo para ela sempre foi relativo, não se apegava a dias, meses, anos, sempre a vidas. Quantos vidas foram necessárias? Ela sabia que o tempo dos enganos findava-se. Dera lugar a um novo tempo, brisa fresca, que mobiliza. Era o tempo do amor ... como energia que move, movia-se de encontro a ele, ao que fazia falta ...
terça-feira, 28 de julho de 2009
Reflexões pé n´areia
- Quando estamos no nível do mar nossas águas oscilam com a maré?
- O mar coleciona pegadas na areia?
- O sol brinca de esconde-esconde com as nuvens, e quando o sol não quer brincar as nuvens emburram e chove.
- O mar e o céu se encontram ou se perdem no horizonte?
Gosto muito do dolce far niente, sou a favor do ócio, mesmo que não criativo, mas o criativo tem sempre um sabor melhor. Com os pés na areia de uma praia da Bahia deixei as palavras brincarem comigo, pensei em assuntos sérios, rindo. E muito séria, pensei em besteiras que me fizeram rir muito. Dessas reflexões destaco algumas, as piores e mais engraçadas não tenho coragem de postar, mas garanto que ri muito!
segunda-feira, 27 de julho de 2009
Mantra????
"Foi bom ter descoberto esse amor, estava faltando em mim, meio ao mundo louco!"
(Já faz um tempo que essa frase não sai da minha cabeça, fica às voltas, feito mosca, e sem mais nem menos me vejo repetindo essas palavras ... será um mantra? um ato falho? uma verdade?? - resolvi escrever para ver se ela sai de mim.)
(Já faz um tempo que essa frase não sai da minha cabeça, fica às voltas, feito mosca, e sem mais nem menos me vejo repetindo essas palavras ... será um mantra? um ato falho? uma verdade?? - resolvi escrever para ver se ela sai de mim.)
domingo, 26 de julho de 2009
A ironia ...
Olha a ironia ... quanto mais verdade derramava por ai, mais ela mentia. Há uns meses quis a qualquer preço encontrar sua própria verdade, entrou numas de achar que devia sua verdade às pessoas. Nessa mesma época achava que se não fosse sua verdade integral, não seria nada. E nessa busca gastou tempo, energia e palavras, todas vãs. Chegou a dizer com sinceridade: - fui o mais verdadeira que consegui. Só percebeu ontem, o mais verdadeira que conseguiu era pouco, pouquíssimo. Em sua defesa devo acrescentar que até ela mesma acreditou. Ela é muito convincente, persuasiva mesmo, consegue convencer qualquer pessoa do que quiser. Sabe que tem esse poder e o usa a seu bel prazer. Ela realmente não se importa. Achava que se importava, mas percebeu que mentia. E agora é essa verdade que ela tem para dar, a maior de todas as verdades é a sua mentira. Mas, percebe aliviada que confessar que mente é a maior forma de ser verdadeira, caminhos tortos a levam adiante. Andou sumida de si mesma, errou o alvo, deu importância a quem não merecia, disse meias verdades e mentiras inteiras, mas todas sem intenção. Talvez isso a redima, talvez não, mas a verdade mesmo ... é que ela não se importa.
"A gente só mente para dizer a maior verdade" li isso na Velha Casa e essa verdade ficou ecoando dentro de mim ... até explodir nessa grande mentira ou grande verdade, nem sei mais.
"A gente só mente para dizer a maior verdade" li isso na Velha Casa e essa verdade ficou ecoando dentro de mim ... até explodir nessa grande mentira ou grande verdade, nem sei mais.
Quanto mais me derramo em verdades, mais minto. Recentemente eu disse, assim mesmo com essas exatas palavras:- Fui o mais verdadeira que consegui. E, confesso, que no momento que disse, acreditava no que dizia. Paradoxal mesmo. Olha a ironia, percebi ontem ao ler a Velha Casa "A gente só mente para dizer a maior verdade", eu estava mentindo. Eu menti. As vezes nem eu acredito nas bobagens que eu falo, mas, na maior parte das vezes sou muito convicente. As pessoas, elas sempre acreditam em mim, irônico mesmo.
quinta-feira, 23 de julho de 2009
Ciúmes
É engraçado a forma que o mundo tem que me fazer pensar sobre determinado assunto, de repente me vi cercada por pessoas ciumentas ou
quarta-feira, 22 de julho de 2009
Ilha
Estou entre o mar e o rio, por definição, uma ilha, essa, conhecida. Apesar de me saber em uma ilha, me sinto por vezes no continente, cercada de terra e pessoas por todos os lados. E, em algum breves momentos em mar aberto, cercada por mim.
quarta-feira, 15 de julho de 2009
A arte de dizer coisas indizíveis é para mim o maior mistério e o maior prazer da literatura. Busco a Terra dos Livros Prontos* como os exploradores procuraram Eldorado.
Vou ali e já volto.
*Domingos de Oliveira disse que nem gosta de falar muito nisso, pois as pessoas podem pensar que ele perdeu juizo ... para ele o escritor só precisa ficar leve o suficiente para conseguir acessá-la, e é lá, na Terra dos Livros Prontos, que os livros moram.
http://www.youtube.com/watch?v=ZWye5Eqjfps e http://www.youtube.com/watch?v=v9x82yjwrQE
Vou ali e já volto.
*Domingos de Oliveira disse que nem gosta de falar muito nisso, pois as pessoas podem pensar que ele perdeu juizo ... para ele o escritor só precisa ficar leve o suficiente para conseguir acessá-la, e é lá, na Terra dos Livros Prontos, que os livros moram.
http://www.youtube.com/watch?v=ZWye5Eqjfps e http://www.youtube.com/watch?v=v9x82yjwrQE
segunda-feira, 13 de julho de 2009
Manifesto em Defesa do Mundo - Parte 2
[Aquela não tinha sido uma experiência fácil, em meio a meia dúzias de palavras ditas, duas dúzias por dizer. Além dos gestos feitos, uma série de gestos contidos. Percebeu-se triste, fora contagiada pela tristeza que emanava de seu amigo? Ou aquela tristeza era sua mesma? Estava de fato triste, triste e cansada, sem nem ao menos entender o porquê ... Passou a noite sem dormir, elaborando um Manifesto em Defesa do Mundo. Imaginou-se discursando enquanto a névoa que encobria seu amigo se dissipava ... Ela diria: - O Mundo é esse lugar imperfeito, mas perfeitamente viável. Onde algumas pessoas fazem diferença, simplesmente porque resolvem fazer algo. É esse lugar onde há amor, doação e fé. Um lugar meio mágico onde corpos emanam um campo eletromagnético que interagem entre sim, complementando-se, alinhando-se, apaixonando-se. O Mundo é esse lugar onde há rio, céu estrelado, arco-iris, primavera, beijo na boca, cachaça, Manuel Bandeira, Vinicius de Moraes, Clarice Lispector e Kafka. Chocolate, orgasmo, estrela-do-mar, pó de arroz, laranjeiras, abraço, amigos, mesa de bar. Madre Tereza, Gandhi e Garrincha ... isso tudo no mesmo mundo. E ela diria muito mais ...argumentos elaborados que misturavam física quântica com poesia orgânica, história da humanidade com contos infantis. Mitos gregos com jogadores de futebol na final da Libertadores da América ... Mas ... ela não teve a oportunidade de dizer ... ainda!]
Manifesto em Defesa do Mundo - Parte 1
Foi caminhando pelos ruas de pedra de uma cidadezinha encantadora que ela percebeu que seu amigo estava seriamente desencantado e descrente com esse Mundo. Ela se preocupou, afinal, o Mundo é o nosso lar e estar no lar deve ser sempre reconfortante. Fez graça falando em nome da humanidade, não em causa própria, apesar de sentir desesperadamente vontade de fazê-lo, desejava enumerar razões de ordem muito pessoal para trazê-lo mais perto, queria dizer coisas sérias rindo, sobretudo poesia. Ou gritar palavrões terríveis, desses de fazer corar a tia, sabia que também poderia dizer docilidades acidamente só para chamar sua atenção. Mas ela não fez nada disso, ali naquele fim de tarde, limitou-se a olhar o rio e dizer algumas frases desconexas, ainda em nome da humanidade. Não era ela que falava, ou era, mas não exatamente o que queria dizer. Apesar disso, acreditava nas suas palavras, mesmo aquelas, mesmo as ingênuas que enalteciam o mundo. Só não conseguiu convencê-lo. E de repente se viu invadida por um cansaço enorme, estava confusa, com frio ... Caminharam mais um pouco juntos, ela não conseguia se concentrar em mais nada, não tinha mais argumentos brilhantes, via vultos ao seu redor e via seu amigo distante, mesmo quando seus corpos se tocaram em um brevíssimo abraço, caminhavam em direções opostas, lado a lado. Despediram-se, ela ainda com vontade de gritar obscenidades da forma mais doce possível. E ele? Ele ... procurava a Rua da Lapa esquina com a Rua do Comércio.
domingo, 12 de julho de 2009
Final de Flip
Por A.C.A.B.
(Uma contribuição de uma amiga que precisa entender que ...escrever é preciso!)
Final de FLIP, chovia e as pessoas se dispersavam, depois de dias e dias de saudável embriaguez literária. Estávamos, uma amiga e eu, na Tenda dos Autógrafos, ensaiando para também deixar aquele espaço de tanta poesia, tanta pulsação. A chuva, porém, nos fazia hesitar e por ali ficamos um tempinho, em frente a um espaço onde estava o grande jornalista Zuenir Ventura, autografando livros. Havia pouca gente no local, muitos já nem ligavam para o que estava acontecendo ao redor. Foi quando olhei para a fila de autógrafos e ali avistei a miúda Ministra Carmem Lúcia, do STF. É, estranhamente, uma Ministra da mais alta Corte brasileira postava-se em fila, como qualquer cidadão “mortal”. Fiquei olhando para aquela cena, pensativa, admirando o singelo gesto de civilidade e respeito ao cidadão, no país dos “acima da lei”, do nepotismo, da desfaçatez, da vergonha moral... Uma Ministra ousou ser igual a nós perante a lei e não se valeu de seu nobre cargo para dar um jeitinho e passar na frente dos outros. Ela estava ali, esperando, como todos os outros. Um exemplo tão pequeno, que passou desapercebido. Deixou-me, contudo, a sensação de que o Brasil não está de todo perdido...
(Uma contribuição de uma amiga que precisa entender que ...escrever é preciso!)
Final de FLIP, chovia e as pessoas se dispersavam, depois de dias e dias de saudável embriaguez literária. Estávamos, uma amiga e eu, na Tenda dos Autógrafos, ensaiando para também deixar aquele espaço de tanta poesia, tanta pulsação. A chuva, porém, nos fazia hesitar e por ali ficamos um tempinho, em frente a um espaço onde estava o grande jornalista Zuenir Ventura, autografando livros. Havia pouca gente no local, muitos já nem ligavam para o que estava acontecendo ao redor. Foi quando olhei para a fila de autógrafos e ali avistei a miúda Ministra Carmem Lúcia, do STF. É, estranhamente, uma Ministra da mais alta Corte brasileira postava-se em fila, como qualquer cidadão “mortal”. Fiquei olhando para aquela cena, pensativa, admirando o singelo gesto de civilidade e respeito ao cidadão, no país dos “acima da lei”, do nepotismo, da desfaçatez, da vergonha moral... Uma Ministra ousou ser igual a nós perante a lei e não se valeu de seu nobre cargo para dar um jeitinho e passar na frente dos outros. Ela estava ali, esperando, como todos os outros. Um exemplo tão pequeno, que passou desapercebido. Deixou-me, contudo, a sensação de que o Brasil não está de todo perdido...
sexta-feira, 10 de julho de 2009
Embriagada de poesia
Descobri que a poesia pode ser tão subversiva para o superego quanto beber a noite inteira, com a vantagem de não dar amnésia alcoólica.
O Lobo Bom
A Mesa Literária com o Lobo Antunes foi de uma beleza comovente ... queria conseguir traduzir em palavras, mas acho que não conseguiria me exprimir de forma adequada ... sai de lá impactada pela contundência de suas histórias, suas metáforas ... tão lindas. Eu não queria reproduzir aqui o que se pode encontrar de forma brilhante na cobertura da Flip, nem sei fazer esse tipo de coisa, mas queria conseguir compartilhar a comoção que me tomou ...
Sua fala foi um passeio por suas memórias afetivas e literárias. "O Brasil não é um país, são cheiros, música, livros, poesia ... é a minha origem .. " enfim, o Brasil de seus avós brasileiros.
E continua, falando de literatura com paixão e exprimindo-se com imagens belíssimas.
"O livro é um organismo vivo ..."
"Um bom livro se faz sozinho. Só o que você tem que fazer é tornar sua mão feliz. Se a mão está feliz, o livro sai fácil.”
“Todo grande livro é uma profunda e constante reflexão sobre o ato de escrever."
"O Livro inteiro tem que ser uma enorme metáfora"
Citando um livro que gostou diz: "É uma prosa maravilhosa, como se a mão estivesse cheia de dedos mindinhos, então, todos os dedos dele são mindinhos quando escreve"
Ao final, foi aplaudido em pé, e quando o público já estava deixando o local ele voltou e disse:
"- Eu queria antes de ir embora agradecer pela maneira extraordinária, a generosidade, o carinho e a ternura com que me receberam aqui. Deus vos pague!"
Sua fala foi um passeio por suas memórias afetivas e literárias. "O Brasil não é um país, são cheiros, música, livros, poesia ... é a minha origem .. " enfim, o Brasil de seus avós brasileiros.
E continua, falando de literatura com paixão e exprimindo-se com imagens belíssimas.
"O livro é um organismo vivo ..."
"Um bom livro se faz sozinho. Só o que você tem que fazer é tornar sua mão feliz. Se a mão está feliz, o livro sai fácil.”
“Todo grande livro é uma profunda e constante reflexão sobre o ato de escrever."
"O Livro inteiro tem que ser uma enorme metáfora"
Citando um livro que gostou diz: "É uma prosa maravilhosa, como se a mão estivesse cheia de dedos mindinhos, então, todos os dedos dele são mindinhos quando escreve"
Ao final, foi aplaudido em pé, e quando o público já estava deixando o local ele voltou e disse:
"- Eu queria antes de ir embora agradecer pela maneira extraordinária, a generosidade, o carinho e a ternura com que me receberam aqui. Deus vos pague!"
...sem palavras ...
vale a pena assistir: http://www.youtube.com/watch?v=I1rLwKHE_74
quinta-feira, 9 de julho de 2009
As Pedras do Caminho
Percebi que há dois tipos de pessoas em Paraty: as que andam olhando para baixo, tentando se equilibrar nas pedras e as que simplesmente, andam. É bonito de ver as que simplesmente andam. Segundo um amigo há também as pessoas que cortam caminho. Quanto a essas nada posso dizer.
Ao meus companheiros de Flip
OBRIGADA.
Percebi em determinado momento da noite que eu estava compartilhando a mesa com as duas únicas pessoas no mundo que me leram. E nesse breve espaço ... dois mundos em que eu existia de modo tão diverso, uniram-se em um só. Enfim, uma para todos!
mesmo que breve, mesmo que embaraçada ... uma!
Percebi em determinado momento da noite que eu estava compartilhando a mesa com as duas únicas pessoas no mundo que me leram. E nesse breve espaço ... dois mundos em que eu existia de modo tão diverso, uniram-se em um só. Enfim, uma para todos!
mesmo que breve, mesmo que embaraçada ... uma!
Vim, Vi e Amei!
Há anos namoro a Flip à distância ... e finalmente rompi minha inércia e fui. A-M-E-I.
Enquanto eu estava em Paraty queria desesperadamente escrever, afinal lá as palavras pairam no ar, basta esticar os braços para alcançar poesia ... mas eu não tinha um computador ...
Cheguei transbordando palavras por todos os meus poros, louca para escrever ... corri para minha mesa e ela estava vazia .... meu computador estava sendo reformatado.
Meu computador voltou.
E as palavras já estão gritando dentro de mim e eu não tenho outra alternativa senão colocá-las para fora em uma sequência frenética de postagens.
Enquanto eu estava em Paraty queria desesperadamente escrever, afinal lá as palavras pairam no ar, basta esticar os braços para alcançar poesia ... mas eu não tinha um computador ...
Cheguei transbordando palavras por todos os meus poros, louca para escrever ... corri para minha mesa e ela estava vazia .... meu computador estava sendo reformatado.
Meu computador voltou.
E as palavras já estão gritando dentro de mim e eu não tenho outra alternativa senão colocá-las para fora em uma sequência frenética de postagens.
terça-feira, 7 de julho de 2009
A Morte da Personagem
Ela se viu parada na esquina da Praça da Matriz, nas suas costas as águas, ao alcance dos seus olhos uma baleia branca e ao seu lado alguém que lhe garantia que somos muitos mais que essência, somos também um corpo. Dizia isso tocando a mão dela, talvez para se assegurar do que falava. Durante aquele breve espaço de tempo entre o encontro na ponte e a despedida na Praça, ele havia dito várias vezes com ar de satisfação e até com um certo alívio: - você existe.
Era fato, ela existia, e estava ali postada na frente dele. Imersa em si mesma, imersa em seu corpo decarneeosso, com um coração que aquela altura batia descompassado.
- você existe ... ela aquiescia tomada subitamente por um tristeza doce e ácida, sabia que o fato dela existir e estar ali vestindo seu corpo significava a morte de alguém que ela amava, mas ele estava tão embevecido por ela existir que não viu ... nem ela. Foi só após alguns dias e um punhado de acidez desnecessária que ela percebeu a dimensão caótica de existir. Existir, enfim, não era o oposto da morte, como ela pensara, existir era um intervalo entre dois pontos, um milhão infinito de nuances, entre o preto e o branco.
http://claricenajanela.blogspot.com/2008/11/personagem.html
Era fato, ela existia, e estava ali postada na frente dele. Imersa em si mesma, imersa em seu corpo decarneeosso, com um coração que aquela altura batia descompassado.
- você existe ... ela aquiescia tomada subitamente por um tristeza doce e ácida, sabia que o fato dela existir e estar ali vestindo seu corpo significava a morte de alguém que ela amava, mas ele estava tão embevecido por ela existir que não viu ... nem ela. Foi só após alguns dias e um punhado de acidez desnecessária que ela percebeu a dimensão caótica de existir. Existir, enfim, não era o oposto da morte, como ela pensara, existir era um intervalo entre dois pontos, um milhão infinito de nuances, entre o preto e o branco.
http://claricenajanela.blogspot.com/2008/11/personagem.html
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